Ronaldo Gogoni 9 anos atrás
A Oculus VR pode ter feito um bom negócio ao ter sido comprada por US$ 2 bilhões, entretanto ela pode se envolver numa tremenda dor de cabeça jurídica. A Zenimax Media, a empresa dona da id Software emitiu comunicados oficiais para a Oculus e para o Facebook alegando que seu antigo funcionário, o co-fundador da id e hoje CTO da Oculus VR John Carmack desenvolveu parte da tecnologia enquanto ainda estava ligado à Zenimax, acusando ambas empresas e seu antigo programador de utilizarem sua propriedade sem autorização.
Em outras palavras, "fomos roubados e queremos o que é nosso".
Essa pendenga vem se arrastando na verdade há pelo menos dois anos. Quando o co-fundador da Oculus VR Palmer Luckey ainda estava desenvolvendo um protótipo do que viria a ser o Oculus Rift na Universidade do Sul da Califórnia, a Venimax proveu a startup com tecnologias e outras "assistências valiosas" segundo ela, que teriam sido um fatores para tornar o Rift um realidade. Foi nessa época que Carmack se aproximou de Luckey, e esse envio ao programador um pré-protótipo que com a sua expertise se tornou a primeira versão do óculos de realidade virtual, exibido pela primeira vez em setembro de 2012, dias após a campanha do Kickstarter ter se encerrado com mais de US$ 2 milhões arrecadados.
Desde que o projeto foi lançado como uma joint entre a Oculus VR e John Carmack, a Zenimax vem tentando conseguir compensações sobre o alegados investimento que fez, sem mencionar que em seu entendimento toda tecnologia que Carmack desenvolveu para o acessório enquanto estava ligado à id Software pertence à Zenimax. Tudo fica mais estranho porque de acordo com a nota da Zenimax, Luckey havia reconhecido por escrito a propriedade da tecnologia provida pela Zenimax, e que o acordo assinado previa que ela não poderia revelá-la a terceiros sem autorização prévia. A compra pelo Facebook excluiu a ex-empresa de Carmack da jogada, o que em seu entendimento configura roubo de tecnologia.
Em nota oficial, Luckey disse que defenderá os interesses da Oculus VR com rigor, e disse que as afirmações da Zenimax são "exigências ridículas e absurdas". Já John Carmack tuitou que o Oculus Rift não usa nenhuma linha de código escrita durante o período em que ele estava na Zenimax e que nenhum trabalho seu lá foi patenteado. E ainda acrescentou que "eles (a Zenimax) possuem o código que escrevi, mas não a Realidade Virtual".
Resta saber quem tem razão nessa história. Se comprovado que a Zenimax possui direitos sobre o Oculus Rift o Facebook poderá ser obrigado a ter que pagar royalties por cada unidade vendida, o que poderá não ser algo muito agradável no fim das contas.
Fonte: AT.