Ronaldo Gogoni 9 anos atrás
Tempos atrás eu despertei reações furiosas quando me posicionei contra um desejo de muitos, que é o de um dia termos carros voadores. Não entendam mal, eu adoraria ter um desses, mas os riscos são altos demais.
Existem projetos como o Terrafugia, que aparenta ser interessante enquanto permanecer na categoria hobby para ricaços e nunca saia dela, isso é, até virem com a ideia de dar um upgrade no projeto para VTOL (Vertical Take-off and Landing), o que seria absolutamente inviável e ainda mais perigoso. O formato é tão problemático que de toda a frota aérea do mundo só três modelos de aviões o utilizam: o Harrier, o F-35 e o inseguro V-22 Osprey.
Isso nos leva a Peter Moller e seu mítico projeto de carro voador, o Skycar. A primeira vez que ouvi falar dessa ideia eu era um moleque de 19 anos, num artigo (?!) da SUPER. Entretanto o projeto é pra lá de antigo, o carro está em desenvolvimento (palavras dele) há quase 40 anos e Moller teria investido cerca de US$ 100 milhões no projeto que teria o aval de profissionais do gabarito de Dennis Bushnell, cientista-chefe do Centro de Pesquisas Langley da NASA. Fonte? O próprio site de Moller, claro.
Recentemente a Moller International vêm registrando perdas consideráveis e inclusive foi processada por fraude, morrendo em US$ 50 mil. Como nenhuma empresa quer bancar seu sonho e a grana minguou, Moller fez o que todo mundo está fazendo: abriu uma campanha no Indiegogo para tirar seu protótipo do chão.
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O projeto é ambicioso: caso consiga levantar os US$ 958 mil que deseja angariar, Peter pretende fazer o voo de testes em junho de 2014. As ofertas variam entre US$ 25 e US$ 15 mil, o que dá direito a ser piloto de testes. Ou motorista, já que ele não vai voar mesmo...
Na boa? Fuja. Moller não inspira confiança em ninguém há décadas e todo ano ele aparece na mídia com a manjada "daqui a dois anos o Skycar será uma realidade". Eu escuto isso há 14 anos, parece até o "$ano_do_linux = YEAR(NOW())+1", que desde que foi estendido para cinco anos se tornou mais plausível do que esse mito.
Fonte: Indiegogo.