Ronaldo Gogoni 9 anos atrás
Uma coisa sobre a Nintendo: não importa a crise que se abata sobre a empresa, ela nunca, NUNCA vai deixar de fazer duas coisas: produzir seu próprio hardware e manter políticas de proteção às crianças. No caso da última, ela sempre utilizou o argumento de que seus videogames são voltados para a toda a família e que não deseja um sistema livre o suficiente que permita qualquer um fazer o que quer, com a preocupação dos pequenos terem acesso ao que não devem. Daí vem a explicação do porque ela dificilmente abrirá mão da trava de região, por exemplo.
Com isso não é de se estranhar que a casa do Mario tenha podado o Swapnote, um aplicativo do 3DS que nada mais era que um messenger dedicado, que permitia enviar fotos 3D tiradas com a câmera, notas e outras coisas a seus amigos em todo o mundo. E só por aí você já imagina como ele era utilizado.
Claro, a Nintendo não gostou nem um pouco de saber que seu usuários compartilhavam desenhos (ou fotos) de partes anatônicas indiscretas, e por conta disso desativou a função SpotPass do app. Agora para compartilhar dados com outras pessoas (detalhe: somente amigos podem utilizar o recurso, mediante troca dos famigerados Friend Codes de 12 dígitos) somente a função StreetPass está habilitada: os dois usuários precisarão estar próximos para trocar dados entre seus portáteis. É o mesmo que na sala de estar com sua namorada e trocar tweets com ela ao invés de conversarem.
A desculpa oficial: "nós da Nintendo descobrimos que os usuários, incluindo menores, estavam compartilhando seus Friend Codes em fóruns e utilizando o Swapnote para trocar conteúdo ofensivo". Qualquer outra empresa fingiria que não viu, mas não a Nintendo.
Eu não culpo a empresa por sua atitude, na verdade, considerando sua forma de pensar essa é a reação esperada. O problema é que tal política engessou a Nintendo, pois ao mesmo tempo que ela não permitirá que seu público infantil acesse qualquer conteúdo, ela não será nunca capaz de entregar uma experiência online plenamente satisfatória. O mais adequeado seria deixas que os pais se encarreguem de educar e fiscalizar seus filhos mas francamente, isso é algo que a Nintendo nunca fará: abrir mão de ser a defensora da inocência dos pequenos que adoram Mario e cia.
Fonte: Ars Technica.