Carlos Cardoso 9 anos atrás
Ano passado publicamos um vídeo bem legal da construção do USS Zumwalt, destróier de nova geração que está sendo construído a um custo de US$ 3,5 bilhões. Esta semana ele foi ao mar, mas só estará operacional em 2015.
O bicho é stealth, mesmo com 183 m de comprimento, 30 m a mais que destróiers convencionais. A propulsão é garantida por duas turbinas Rolls Royce MT-30, gerando absurdos 78 megawatts. Isso é energia suficiente para alimentar uma cidade de 78 mil casas. Essa potência toda não vai só pra propulsão, o Zumwalt está sendo projetado para incorporar railguns e lasers, também em desenvolvimento pela Marinha dos EUA.
Controlando isso tudo, há computadores, muitos computadores. O número exato é secreto, mas todos rodam conectados a EMEs - Electronic Modular Enclosures, basicamente um mini-data centre, com servidores Blade da IBM, com nobreaks, sistemas de energia, conectividade e protegidos contra contaminação externa, maresia e pulsos eletromagnéticos. Veja o negócio:
O USS Zumwalt terá 16 desses, interligados por cabos de rede e fibra. Os terminais serão multi-uso, com telas de toque, no melhor estilo Star Trek, também para fazer jus ao seu comandante, o Capitão… James Kirk. Sim, isso mesmo. O navio mais futurista da Marinha tem o nome do Capitão da Enterprise, que diga-se de passagem deve ser o oficial mais zoado da História da corporação.
Esses sistemas de navegação, manutenção, armamentos e monitoração rodarão o bom e velho Red Hat, em uma rede TCP/IP.
Não deixa de ser uma decisão interessante, contrastante com a Marinha Inglesa, que preferiu usar Windows em seus submarinos nucleares.
Claro, o Zumwalt não vai rodar só Linux, para muita coisa sistemas operacionais normais não servem. Os sistemas críticos rodam um SO de Tempo Real – RTOS = de nome Lynx OS, compatível com Unix e Linux.
Não acho (espero) que vá dá erro de dependência quando tentarem lançar um Tomahawk, muito menos kernel panic, afinal o navio não é francês, mas com 256 racks de servidores, 10 milhões de linhas de código e milhares de quilômetros de cabo, a maior parte do tempo até o navio ser comissionado será corrigindo bugs, apertando conectores e rodando atualizações.
Por mais que seja inevitável, e nunca tenha sido diferente, é meio assustador imaginar que um navio de guerra esteja, em ultima análise, à mercê do garoto da TI.
Fonte: AT.