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Câmeras DSLR x Smartphones - uma briga que já começou

Pela primeira vez na história da fotografia digital a venda de câmeras reflex teve uma queda. Especialistas apontam os celulares de última geração como os culpados.

10 anos atrás

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O futuro chegou, e ele é estranho. Pelo menos para mim que sempre pensou na fotografia feita com uma câmera fotográfica mais tradicional. Desde que as estatísticas do flickr mostraram que o iPhone era a câmera fotográfica mais utilizada para postar imagens no serviço de armazenamento nós já sabíamos que as câmeras compactas mais simples estavam com seus dias contados. Por isso que câmeras compactas com mais recursos estão sendo lançadas sistematicamente. Porém, ao que parece, agora chegou a vez das câmeras reflex sofrerem com essa invasão dos smartphones com câmeras de grande rendimento.

O Financial Post nos trouxe uma matéria com análises bem interessantes do mercado fotográfico. Faz tempo que a venda de compactas despencou para dentro de um abismo sem fim, mas agora chegou a vez do declínio da venda das câmeras reflex. Pela primeira vez na história da fotografia digital houve uma queda nas vendas de câmeras fotográficas reflex. Nikon e Canon apostavam em sua superioridade de hardware e qualidade de imagem para continuar a agradar um público que se orgulha de ter controle absoluto de suas fotografias. Nesse campo, a qualidade superior das fotos, em comparação com os smartphones, era suficiente para manter a queda de braço. Agora vemos que a queda na venda de câmeras fotográficas reflex está na ordem de 10% a 15%. No geral, a venda de câmeras fotográficas caiu 36%. A Canon vendeu 26% menos, Nikon 18,2% menos e Sony e Fuji ficaram com 35% menos. Números expressivos que fizeram as ações da Canon caírem 7% e da Nikon 33% na bolsa de Tóquio. Embora a queda de vendas da Canon tenha sido maior, a empresa teve menos desvalorização na bolsa de valores por ter outros ramos de atuação além da fotografia. A Nikon tem 78% de seu faturamento derivado da venda de câmeras fotográficas.

Enquanto um setor inteiro agoniza, a venda de celulares de última geração dispara e os donos da bola agora são Apple, Samsung, Google e a Nokia. Christopher Chute, diretor de pesquisa de inteligência de mercado da IDC, aponta que o mercado de câmeras fotográficas está desacelerando gradativamente a cada trimestre. Da mesma forma, também aponta que a verdadeira briga dos celulares  começou com a utilização do sensor CMOS retroiluminado (desenvolvido e fabricado pela Sony) onde existe mais captação de luz e tudo fica mais colorido, mais brilhante. Da mesma forma que Canon e Nikon apostam em qualidade de imagem elevada para agradar os seus consumidores, agora esses mesmos consumidores estão dando atenção a outros fatores. Conectividade, diversão e facilidade de compartilhar imagens feitas com aparelhos que entregam uma boa qualidade estão vencendo essa briga. Acima de tudo, onde os grandes fabricantes de câmera apostaram em hardware, os fabricantes de celulares apostaram em softwares, e os algoritmos estão levando vantagem. Câmeras fotográficas fazem só fotos e celulares fazem fotos e muito mais.

Vendo todas essas informações existem conclusões óbvias. O mercado de câmeras fotográficas estava realmente inchado. A tecnologia digital trouxe uma revolução, pois facilitou o acesso a câmeras fotográficas. Antes disso fotografar era muito caro. Aproveitando essas facilidades os fabricantes encheram o mercado de câmeras fotográficas e criaram condições para que o consumidor trocasse de equipamento todos os anos (guerra dos megapixels), coisa que não acontecia com a fotografia analógica (sim, eus ei que o termo é errado). Porém, chegou um momento de saturação e os motivos para comprar uma nova câmera estão cada vez mais escassos, vide o lançamento sem sal da nova Nikon D610. Enquanto isso, os celulares apresentam várias possibilidades de compartilhamento, diversão e interatividade. Câmeras fotográficas mais robustas, com grande poder de imagem ainda vão existir. Vão ser necessárias para aqueles que ainda querem fazer aquela fotografia perfeita, mas o ritmo de vendas vai ser menor, mais perto da realidade. Logo, muitos vão perceber que não necessitam de uma DSLR, e sim de um bom smartphone.

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