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As lições do iPhone

16 anos atrás

Em setembro de 2005, a Apple e a Motorola lançavam, em conjunto, o "primeiro telefone celular com iTunes": o Moto ROKR. Por US$ 250,00 o sujeito poderia levar para casa um... Motorola que tocava 100 (cem!) músicas e tinha um iTunes pré-instalado. Ah! "Tudo isso" atrelado ao um plano de dois anos com a operadora.

A concorrência tinha produtos muito melhores, em todos os aspectos, mas isso não importava. Jobs estava tateando o futuro, onde os celulares fariam cada vez mais coisas, inclusive engolir seus preciosos iPods. Portanto, nada como aprender a fazer celulares com quem os inventou. Infelizmente, nessa relação a Motorola não aprendeu a fazer software intuitivo.

Salto no tempo. Junho de 2008. Apple anuncia (e o mundo inteiro aplaude) a nova versão do seu celular. Façamos uma comparação:

 

  Apple iPhone 3G Nokia N96 RIM Blackberry 8830
Peso 133g 125g 132g
Dimensões 115x62x12 125x103x55 114x66x14
Memória 8GB/16GB 16GB 64MB
Expansível NÃO SIM SIM
Display 480x320, 3.5'' 320x240, 2.8'' 320x240
3G SIM SIM NÃO
Bluetooth SIM SIM SIM
WiFi SIM SIM NÃO
GPS SIM SIM SIM
Câmera 2MP 5MP NÃO
Rádio NÃO SIM NÃO
Câmera secundária NÃO SIM NÃO
Tempo conversação 5h 2,5h 3,6h
Tempo espera 300h 200h 384h

Do insosso (para dizer o mínimo) ROKR ao novo iPhone 3G, Jobs criou um ótimo produto. Escutou, ainda que a seu modo, o mercado doméstico (o empresarial prefere o Blackberry), vendeu um hardware inferior a um preço "premium" e entregou o que, no fundo, a maioria espera de um equipamento: facilidade de uso. Se o telefone da Apple viesse com uma câmera VGA e sem Bluetooth, ainda assim faria sucesso. E não pelo "campo de distorção da realidade", mas porque nenhum outro tem um conjunto tão harmonioso.

A melhor parte do sucesso do iPhone será, justamente, alavancar a concorrência.

[update] tabela corrigida, Appletards não precisam mais espernear - Cardoso 

 

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