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Órgão dos EUA destrói US$ 170 mil em hardware — inclusive mouses — para… combater vírus.

“Competência” governamental é a maior Constante Universal. Que o diga a Economic Development Administration, um órgão do Departamento de Comércio que, para combater uma infecção em sua rede, destruiu US$ 170 mil em hardware.

11 anos atrás

usuariotipico

Uma vez um alto executivo da empresa onde eu trabalhava reclamou com o Gerente de TI: não estava conseguindo gravar um arquivo Excel em um disquete, o defeito era obviamente do drive, e deveria ser trocado. O arquivo tinha 5 MB, os disquetes só comportavam 1,44 MB. O gerente prontamente mandou um estagiário trocar o drive. Era mais fácil do que discutir com o Diretor, e até lá ele acharia algo pra se distrair e teria esquecido do arquivo.

Por isso não me espantei tanto com a hagada feita pela EDA — Economic Development Administration, um órgão do Departamento de Comércio dos EUA. Tudo começou em 2011, quando o Depto de Homeland Security avisou que a agência estava espalhando vírus, deveriam rever procedimentos de segurança e limpar a rede.

A EDA entrou em pânico. Cortaram todas as conexões de Internet da agência com o mundo. Ou seja, INUTILIZARAM toda a organização. Nem e-mail tinham mais. Aí entrou um esquema digno da mais tradicional safadeza brasileira, devemos estar exportando corrupção ou estupidez. Sério, lembra aquele trem da alegria de prefeituras comprando projetos de informatização, que o Fantástico denunciou ano passado.

Foi contratada, em regime de emergência uma consultoria para lidar com o malware. A empresa achou seis sistemas contaminados, recomendou o padrão: atualizar antivírus, reinstalar sistema operacional, parar de baixar sacanagem em máquina de trabalho.

O CIO (Chief Information Officer – o corno que deveria entender de TI) da EDA não ficou satisfeito. Achou que estivessem sob ataque de uma nação inimiga. A única solução segura era destruição física dos equipamentos.

Isso mesmo. Começaram a DESTRUIR computadores, impressoras, câmeras, teclados e MOUSES.

No final o dinheiro acabou e não puderam contratar mais gente pra quebrar patrimônio público, o prejuízo em hardware chegou a US$ 170 mil, mas não acaba aí.

Os custos da brincadeira:

  • US$ 823 mil – Pra consultoria que mandou rodar antivírus e reinstalar o Windows.
  • US$ 1,061 milhão – Custo da infra temporária comprada pra manter o serviço andando.
  • US$ 4,3 mil – Custo da destruição do hardware. É justo ser barato, marretar mouses porque um idiota acha que estão com vírus deve ser divertido.
  • US$ 688 mil – pagos a uma terceirizada para criarem uma estratégia de longo prazo para lidar com situações semelhantes no futuro. Basicamente, rodar antivírus e não agir como um retardado completo na frente do computador.

No final das contas levaram um ano pra agência voltar ao funcionamento normal. O caso foi auditado pelo Depto do Comércio, e o relatório final é um show de Vergonha Alheia. (cuidado, PDF) – melhor ainda: não vai dar nada pra ninguém. O imbecil do CIO não será preso, nenhum dos gerentes envolvidos perderá o emprego e nem as empresas que lucraram com a brincadeira será investigada. Acabou em samba.

E ainda tem gente que tem medo da NSA

Fonte: AT.

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