Ronaldo Gogoni 10 anos atrás
Foi uma longa viagem, sem dúvida. Na Era da Pedra Lascada (entre 2006 e 2008), quando o N95 e o E71 reinavam e a Apple nem era considerava como uma player séria no mercado da telefonia celular, o Symbian era sinônimo de sistema operacional simples e eficaz para smartphones, numa época em que quanto mais botões, melhor, algo impensável hoje em dia.
O tempo passou, iOS e Android se expandiram, a BlackBerry se afundou por sua própria arrogância e a Nokia só não foi junto porque ela se garantiu por muito tempo com celulares pé-de-boi. Seus smartphones eram bonitos mas haviam parado no tempo. A empresa tinha duas opções: firmar parceria com o Google e se tornar apenas mais uma fabricante de robozinhos verdes, ou fechar um contrato com a Microsoft e abraçar o Windows Phone, criando um terceiro ecossistema unindo o software com a qualidade indiscutível de seu hardware. Escolheram a segunda opção.
Após dois anos empurrando o Symbian com a barriga e lançando alguns aparelhos muito bons, uma hora é preciso seguir em frente: como anunciado no começo do ano, o 808 PureView é o último aparelho a vir equipado com o sistema, e agora saiu a informação de que a Nokia pretende encerrar sua produção neste verão do hemisfério norte, pondo fim a história do software que foi o mais popular em sistemas móveis até ser atropelado pelo Android, em 2010.
Porém os usuários não ficarão desamparados: a Nokia possui um contrato com a desenvolvedora original do sistema, a Accenture, e garante suporte até 2016. O que nõs não veremos daqui por diante são novos aparelhos com Symbian oficialmente. É um preço a se pagar para disputar o mercado com Apple e Google, e para isso é necessário se focar no Windows Phone e na linha Lumia, como o próprio CEO Stephen Elop disse no mês passsado.
Claro que o sistema não vai sumir de uma hora para a outra: a Nokia vendeu mais de 500 mil aparelhos Symbian apenas no primeiro quadrimestre de 2013. Dependendo de como estão seus estoques poderemos vê-lo por aí durante um bom tempo, mas o sistema, que nunca se adaptou bem aos novos tempos, fatalmente dará adeus mais cedo ou mais tarde, o que é realmente uma pena.
Fonte: AllThingsD.