Redação 16 anos atrás
Ian Moore, do grupo de desenvolvimento do Amarok explicou, diante da histeria sobre o bloqueio da Apple a softwares de terceiros: Nada de novo, já haviam usado a mesma técnica na época do iTunes 4.5.
Alguns dizem que é só uma ferramenta para atestar a integridade de um arquivo (coisa que o iPod precisa, pois vivem sendo arrancados da base durante sincronismo). Outros que é uma atualização do schema do bando de dados, e que a Apple está pouco se lixando com a compatilibidade de softwares de terceiros.
Eu concordo. Duvido que a Apple fosse utilizar algo tão básico quanto um hash para estabelecer autenticidade e manter o equipamento preso ao iTunes. Há vários outros métodos bem mais eficientes, bastava utilizar um modelo de criptografia de chave pública envolvendo o iPod, o iTunes e um servidor remoto, e pronto. Divulgavam um "cadastro de iPods roubados", onde você poderia colocar seu iPod em uma lista negra, impedindo que ele fosse sincronizado de qualquer computador, e os fãs adorariam a "segurança" adicional.
De qualquer jeito, o hash é notícia velha. Foi divulgado pelo Ian Moore, lá de cima, que o pessoal do gtkpod levou meia-hora para resolver o problema. Já há até código-fonte para baixar. É só esperar as atualizações de seu programa favorito, na próxima semana provavelmente todos estarão atualizados.
Miguel de Icaza, entretanto, faz um alerta: A comunidade Linux pode perfeitamente boicotar iPods, e escolher não utilizá-los. Mas não pode se dar ao luxo de não suportá-los em suas aplicações. Pirraça não funciona se você quer se tornar relevante, e o consumidor, gostem ou não, ama seus iPods, quer espetá-los em seu computador e gerenciar suas músicas. Não ter o iTunes já é -o termo técnico é broxante- para o usuário normal. Não funcionar de forma alguma é motivo para o sujeito desconsiderar Linux como uma opção.
É injusto? Com certeza. A Apple vai fazer dessas de novo, alterando seus firmwares, sem se preocupar se isso vai afetar programas de terceiros? Vai.
A saída? Nenhuma. Viva com isso. Nem a Microsoft, que tem muito mais bala na agulha para peitar essas decisões conseguiu segurar a onda, quando os consumidores exigiram suporte a Bluetooth, e apesar de ter dito que não iriam suportar o protocolo, os caras de Redmond engoliram o orgulho e entubaram. Mas não se preocupem, isso é só até o Linux se tornar relevante no desktop. Aí a Apple virá com cesta de frutas e tudo bajulando as distros.
Fonte: Miguel de Icaza