Dori Prata 10 anos atrás
Após perceber que o FIFA 13 não traria muitas novidades em relação a edição passada, este ano resolvi dar uma chance ao PES 2013 e qual foi minha surpresa ao perceber que o futebol da Konami está muito melhor do que a última versão que joguei, a de 2011.
Ao colocar o disco no Playstation 3 foi muito bom ser apresentado a um detalhado tutorial que ajudou bastante a me ambientar com a jogabilidade, mas como dizem por aí que jogo é jogo e treino é treino, parti para o meu primeiro amistoso e a diferença de estilo em relação a série concorrente logo cobrou seu preço, me fazendo perder a partida contra o computador, mas a experiência foi suficiente para me mostrar algumas coisas.
A primeira delas foi que novamente eu voltei a me divertir com um Pro Evolution Soccer. Durante muitos anos este (na verdade o Winning Eleven) foi o único jogo de futebol que joguei e graças a ele fiz amigos, comemorei e me estressei em campeonatos em que tentávamos descobrir quem era o melhor da turma e se isso acontecia, não era por causa de gráficos ou de uma jogabilidade verossímeis, mas porque a série nos oferecia partidas extremamente disputadas e dinâmicas.
Porém, conforme a concorrência se aproximava do realismo, a franquia da Konami parecia ter ficado parada no tempo, mas nesta temporada a sensação é de que finalmente eles conseguiram encontrar um meio termo entre a simulação e uma jogabilidade mais arcade, e basta dizer que de todas as partidas que realizei, nenhuma terminou em 0x0 ou mesmo 1x0, para perceber que no PES 2013 o foco está mesmo na diversão.
Além disso, os responsáveis pelo jogo parecem não ter a menor vergonha de permitir que até mesmo o jogador mais inexperiente consiga realizar passes precisos de 40, 50 metros ou mesmo marcar, na mesma partida, dois ou três gols de fora da área, com a bola sempre acertando o ângulo e para falar a verdade, são esses momentos que fazem com que sintamos uma enorme satisfação, afinal, ali todos nós podemos ser um Messi ou Cristiano Ronaldo.
Entre os outros destaques do jogo eu gostaria de mencionar a inteligência artificial da defesa, que em boa parte do tempo cumpre bem o seu papel e ainda a Master League, que dessa vez conta com alguns itens que nos permitem melhorar o desempenho dos jogadores, funcionando quase que como um RPG, além da sempre bem vinda recriação da Champions League ou da Libertadores. Ter a oportunidade de ouvir o hino do principal campeonato de clubes do mundo é algo emocionante até nos videogames e nesta edição ainda temos a opção de jogarmos a ML tendo a Copa Libertadores como área, sendo assim, se ganharmos o campeonato nos classificamos para a competição sul-americana.
Por falar em campeonatos, um grande presente para os jogadores brasileiros foi a Konami ter adquirido os direitos para reproduzir todos os clubes do nosso país, sendo assim nenhum torcedor ficará sem poder jogar o Brasileirão com seu time e embora algumas equipes estejam desatualizadas, seus uniformes foram fielmente recriados. O ponto negativo é o fato de na Inglaterra, por exemplo, apenas o Manchester United ter sido licenciado.
Outro ponto que parece ter melhorado muito foi o das partidas online e pelo menos nas vezes que joguei contra outras pessoas pela internet não tive problema algum de conexão, sempre achando adversários rapidamente e as partidas correndo como se estivéssemos jogando no mesmo console.
Mas infelizmente nem tudo é motivo para comemorarmos. É verdade que agora a animação parece muito menos robótica do que nas versões anteriores, mas ainda assim é possível notarmos alguns movimentos pouco naturais dos jogadores e neste aspecto o principal vilão são os goleiros. É simplesmente impressionante o quão artificiais eles parecem e o pior, chega a irritar a maneira como na maioria das vezes ele atuam como meras tábuas na frente do gol, sempre espalmando a bola para a frente e deixando a defesa de cabelo em pé.
Com tudo isso dito, a conclusão que tiro após jogar o PES 2013 é que por mais que tenhamos o hábito de querer comparar as duas franquias, isso parece um pouco injusto, já que a meu ver, ambas possuem propostas bastante distintas. Talvez a analogia seja um pouco exagerada, mas para mim isso seria o mesmo que comparar um Need for Speed ou Grid com um Gran Turismo ou Forza, com os títulos sendo claramente voltado a públicos consideravelmente diferentes.
Hoje posso dizer que o PES 2013 me agrada mais do que o concorrente? Não, mas isso não quer dizer que o considere ruim, apenas que prefiro uma experiência mais próxima de uma partida de futebol de verdade e nesse aspecto acho que a Konami ainda precisa treinar um pouco mais.