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Nvidia: GPUs GeForce respondem por só 18% da receita

Relatório da Nvidia para o 3.º trimestre anota US$ 2,86 bilhões em receita da linha GeForce; IA e datacenters revertem US$ 14,51 bilhões

15 semanas atrás

A Nvidia revelou números impressionantes em seu último relatório financeiro, cobrindo o terceiro trimestre fiscal de 2024 da companhia (agosto a outubro/2023): com uma receita total de US$ 18,12 bilhões, ele representa um aumento de 34% em comparação ao trimestre imediatamente anterior, e impressionantes +206% em relação ao Q3 fiscal de 2023 (agosto a outubro/2022).

A divisão da receita mostra como a linha GeForce de placas de vídeo para o usuário final virou um hobby para a empresa de Santa Clara: ela responde por "apenas" US$ 2,86 bilhões, ou 18% do montante, contra US$ 14,51 bilhões em vendas corporativas, de datacenters a principalmente Inteligência Artificial (IA), para clientes grandes.

Explosão das soluções em IA está rendendo rios de dinheiro à Nvidia, com componentes como a H200, a GPU mais poderosa do mundo (Crédito: Divulgação/Nvidia)

Explosão das soluções em IA está rendendo rios de dinheiro à Nvidia, com componentes como a H200, a GPU mais poderosa do mundo (Crédito: Divulgação/Nvidia)

Os números por divisão da Nvidia são em geral muito bons. Focando na gamer/doméstica, houve um aumento de 15% da receita do Q2 para o Q3, e de muito bem-vindos 81% em comparação ao período do ano anterior. A corporativa, por sua vez, anotou um balanço positivo de 41% e 279%, respectivamente.

A Nvidia atribui o aumento das vendas das GPUs GeForce ao lançamento de novas tecnologias suportadas pelas placas mais recentes, como o DLSS 3.5 Ray Reconstruction, que aumenta a resolução de imagens enquanto lida com a geração de ruído, e o TensorRT-LMM para Windows, voltado ao treinamento simplificados de modelos de IA por usuários finais, que desejam treinar seus algoritmos localmente.

É preciso levar em conta também que a Nvidia introduziu nos últimos meses mais modelos de placas da RTX 40 Series, mirando em públicos com menor poder aquisitivo, como a RTX 4060, enquanto as cifras dos modelos de ponta, da 4080 em diante, continuam intencionalmente altos.

A renda com a linha para o usuário também é incrementada pelo serviço de streaming GeForce Now, que hoje conta com mais de 1.700 títulos disponíveis, para jogar pela nuvem em computadores, dispositivos móveis e televisores, alcançando quem não tem verba para investir em um desktop parrudo.

Por outro lado, o incremento da receita com GPUs gamer nem arranha o lucro bruto que a Nvidia teve com a divisão corporativa, abrangendo datacenters e soluções de IA para usuários de alto nível, que respondeu por 80% da renda apenas no último trimestre fiscal, graças ao crescimento exponencial das soluções que usam algoritmos e sistemas especialistas.

Uma GeForce steampunk, because of reasons (Crédito: Stable Diffusion/Meio Bit)

Uma GeForce steampunk, because of reasons (Crédito: Stable Diffusion/Meio Bit)

Dois anos atrás, a Nvidia não estava tão bem das pernas devido ao crash das criptomoedas, após um longo período de bonança artificial, com mineiradores comprando todos os estoques de GPUs e mantendo os preços inflados, uma fase infernal para qualquer um que quisesse comprar uma placa de vídeo para seu desktop, mesmo as mais modestas.

O para-quedas de ouro do camaleão de Santa Clara foi ter investido na tecnologia CUDA em seus componentes, mesmo sem nunca tê-los justificado para uso em games, mas que se revelaram uma bênção para cálculos e paralelismo em soluções movidas a IA. Hoje, as GPUs Nvidia são preferidas por desenvolvedores e entusiastas da área, visto que as da AMD dependem de força bruta para entregar resultados similares.

A migração da procura pelas placas, de mineração para IA, se mostrou muito mais orgânica para a Nvidia, que direcionou maiores esforços no desenvolvimento de componentes de alto desempenho para clientes corporativos, ou pesquisadores com dinheiro sobrando. A H100, com custo médio de US$ 30 mil por unidade, se tornou a queridinha do setor, e passou a sair como pão quente; o mesmo é esperado de sua sucessora mais poderosa H200, cujo preço não foi revelado.

Já a divisão GeForce, por outro lado, continuou vendendo muito bem para os consumidores gamers, ou pesquisadores individuais de IA, mas a distribuição da receita deixa bem claro onde a companhia de Jensen Huang deverá focar de agora em diante, por mais que a Glorious PC Gamer Master Race proteste.

A aposta do setor é de que a bolha da IA não deverá estourar tão cedo, e mesmo que o faça, não será um processo tão traumático quanto foi com as criptomoedas, graças a gigantes tech investindo no setor, como OpenAI, Meta, Google e Microsoft, entre várias outras.

Por outro lado, isso não significa que a Nvidia pretende abandonar o mercado consumidor, muito pelo contrário. É mais seguro manter a linha GeForce como está, com lançamentos de novas GPUs de forma periódica, como um público cativo. Só não espere por uma redução de preços.

Fonte: Ars Technica

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