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25 anos depois, Daytona USA 2 finalmente chegará aos consoles

Disponibilizado no jogo Like a Dragon Gaiden, essa será a primeira vez que o Daytona USA 2 poderá ser jogado fora dos fliperamas

27 semanas atrás

Quando Toshihiro Nagoshi criou o Yakuza, ele implementou um recurso que se tornaria marca da franquia: a possibilidade de jogarmos nesses jogos, alguns títulos antigos da Sega. Agora, com o Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name prestes a ser lançado, surge a notícia que ele promoverá a estreia nos consoles de um jogo que nunca saiu dos fliperamas, o Daytona USA 2: Battle on the Edge.

Daytona USA 2

Crédito: Reprodução/Arcade Club

Continuação de um dos jogos de corrida mais aclamados de todos os tempos, Daytona USA 2 chegou às lojas com uma enorme responsabilidade. Seu papel seria superar um título que havia conquistado uma geração e que fez um enorme sucesso também no Sega Saturn e no Dreamcast.

E para conseguir o que seria uma façanha, o projeto dirigido por Makoto Osaki e produzido por, vejam só, Toshihiro Nagoshi, não poupou esforços. Com uma qualidade visual muito superior ao seu antecessor, o jogo apresentava cerca de cinco vezes mais polígonos — um milhão no total, rodando a 60 FPSs. Isso foi possível devido à utilização da Sega Model 3, uma placa desenvolvida em conjunto com a Lockheed Martin e que na época do seu lançamento, ostentava o título de mais poderosa dos arcades.

Um detalhe curioso sobre o desenvolvimento daquele jogo é que, para aproveitar o conhecimento que havia adquirido da Model 3 enquanto criava o Virtua Fighter 3, metade daquela equipe ingressou no projeto. O problema é que eles não tinham experiência com jogos de corrida, mas por serem exímios modeladores 3D, puderam adicionar seres humanos e animais ao redor das pistas, algo que faltava no primeiro Daytona USA.

Lançado em 1998, Daytona USA 2 foi distribuído em dois tipos de gabinetes: duplo, onde duas pessoas jogavam lado a lado em telas de 29 polegadas e até 16 máquinas podiam ser interconectadas; e um Deluxe, onde o jogador ficava sentado em algo que lembrava o interior de um carro e sua tela tinha impressionantes 50 polegadas. Ambos os modelos contavam com Force feedback, fazendo com que o volante reagisse às batidas e a força G nas curvas.

Como no primeiro jogo, em Daytona USA 2 também tínhamos três circuitos à nossa disposição, além de três modos: Beat The Clock (time trial), Real Players Only e No Assist. Ele ainda contava com três veículos baseados no Chevrolet Monte Carlo, Ford Thunderbird e o Pontiac Grand Prix.

Poucos meses após o lançamento do jogo, a Sega levaria aos fliperamas o Daytona USA 2: Power Edition. Servindo como uma atualização para o original, ele fazia alterações na primeira pista, removendo a floresta e o domo que a cobria para deixá-la com uma cara mais de NASCAR. Também foi adicionado um modo em que podíamos correr pelos três circuitos em sequência, além do carro Hornet, que controlávamos no primeiro jogo.

Com mudanças na inteligência artificial e na física, aquela se tornaria a versão definitiva e final do Daytona USA 2. Mesmo com todo o sucesso que o jogo fez — chegando inclusive a receber um guia de estratégia no Japão, o que não é comum para um título de fliperama — ele nunca deixaria essa plataforma.

Durante algum tempo circulou o rumor de que a Sega estaria o preparando para ser um dos títulos disponíveis no lançamento do Dreamcast, o que não aconteceu e aqueles que adquiriram o último console da empresa tiveram que se contentar com outro jogo de corrida produzido para a Model 3, o Sega Rally 2.

Eis que 25 anos depois, Toshihiro Nagoshi ganhou a oportunidade de corrigir aquele erro, mesmo que por vias tortas. Isso porque, quando o Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name chegar ao PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S|X, finalmente teremos a oportunidade de jogar o clássico no conforto de nossas casas.

Contudo, a máquina que encontraremos enquanto estivermos explorando Osaka e Yokohama terá outro nome, Sega Racing Classic 2. O motivo para essa mudança é que a empresa japonesa preferiu não renovar a licença com a NASCAR, obrigando-a a abandonar o nome da famosa pista localizada na Flórida, o que de forma algum deverá prejudicar a diversão.

Outra novidade que deverá agradar quem gosta de jogos antigos será a presença do Fighting Vipers 2 no Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name. Embora o jogo de luta tenha recebido uma versão para o Dreamcast, ela ficou restrita ao Japão e à Europa, sendo, portanto, uma ótima oportunidade para quem nunca pôde jogá-lo. Por fim, o novo capítulo da franquia Yakuza ainda trará as versões para Master System dos jogos Flicky e Galaxy Force.

Flyer do Fighting Vipers 2 (Crédito: Reprodução/LauchBox Games Database)

Acredito que muitas pessoas vejam essa oferta de clássicos em outros jogos como um bônus, um passatempo que não chega a despertar muito interesse. Porém, essa é uma maneira muito bacana de preservar a história, além de ajudar a aumentar a imersão em títulos onde temos um mundo aberto (e moderno) para explorar.

Para a Sega, relançar um jogo como o Daytona USA 2: Battle on the Edge atualmente não seria uma tarefa das mais simples. Devido sua quantidade de conteúdo, possivelmente não haveria muito interesse por parte dos jogadores, mesmo se o preço cobrado fosse baixo. Isso poderia ser corrigido com uma versão mais robusta, que trouxesse as pistas de todas as versões, mas demandaria tempo e dinheiro que a empresa talvez não esteja disposta a investir.

Então, aproveitar seu catálogo para incrementar uma grande produção pode ser uma ótima saída, fazendo ainda com que os fãs criem uma certa expectativa pelo que será disponibilizado no futuro. Se eu pudesse escolher, certamente ficaria com o Sega Super GT e o Daytona Championship USA (também conhecido como Daytona USA 3), dois jogos que infelzimente continuam exclusivos dos arcades.

Fonte: Top Gear

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