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Resenha: Silo – Mais do mesmo, só que diferente

Silo é a nova série de ficção científica da Apple. Não vai mudar o mundo, mas tem potencial de divertir bastante

43 semanas atrás

Silo, a nova série de ficção científica distópica da Apple não me chamou a atenção. O trailer era genérico, a ideia batida e lembrou até um conto ruim que escrevi em 1994, bastante até. Depois do primeiro episódio, reconheço: eu estava errado.

Silo é uma série bem familiar pros frequentadores do Botafogo Praia Shopping (Crédito: Apple+)

Silo – A Premissa

Alguma catástrofe não-especificada tornou a superfície da Terra inabitável e tóxica. Em um complexo subterrâneo com centenas de andares, vivem 10 mil pessoas, organizadas em uma democracia razoavelmente funcional. A História do Silo só vai até 140 anos no passado, quando uma rebelião apagou todos os registros da civilização anterior.

Ninguém tem permissão para deixar o Silo, mas se quiser, pode. Muito raramente alguém decide ir embora. Ganha um traje espacial e é levado para a superfície. Uma personagem faz esse percurso, e como todos os outros, sucumbe após alguns minutos no exterior, tudo à vista de câmeras, acompanhadas pela população.

Até que os apartamentos são ajeitadinhos (Crédito: Apple+)

A moça que saiu do Silo era esposa do Xerife, ela era obcecada com uma investigação que apontava para algo muito errado. O Xerife acaba envolvido, e ele mesmo decide abandonar o Silo, quando descobre então que era tudo diferente mesmo.

Você Já Viu Isso, Eu Sei

Parece o feijão com arroz pós-apocalíptico, né? Mas em Silo não temos gente maltrapilha, crianças remelentas e fome generalizada como costuma ser nesse tipo de filme. O tal Silo tem áreas agrícolas e agrárias, todo mundo tem comida, água e eletricidade. Para fins dramáticos eles só não têm elevadores, o povo dos andares superiores não se mistura com os inferiores, por pura questão geográfica.

Também não há uma sociedade opressora ditatorial, embora haja um desequilíbrio entre os poderes e o Judiciário seja mal-visto pelos outros poderes e pela população, com um Juiz, chefe do Judiciário, confrontando até a Prefeita, e sim ainda estamos falando da série de ficção.

No meio da história, Juliette Nichols, uma mecânica (eles chamam engenheira, mas ela é muito mais que isso) que cuida do reator principal do Silo também se envolve com os mistérios do local.

Não É Lost

Lost foi uma série irritante, com a estratégia de ter um grande mistério, e toda semana apresentar um mistério novo, menor e não resolvê-lo, só acumulando mistérios. Em Silo a história avança. Não há uma estrutura clara de heróis ou vilões, apenas protagonistas. Talvez nem haja uma conspiração, ou ela tenha sido tão bem-sucedida que ninguém sabe que chegou a existir.

Não há um senso de urgência em sair do Silo, é uma sociedade rigidamente controlada em alguns aspectos (controle de natalidade, por exemplo, o que é compreensível) mas não é o mesmo que morar em -sei lá,- Niterói. A protagonista é movida muito mais por curiosidade do que necessidade, e nós vamos de carona.

Telão widescreen e tudo! (Crédito: Apple+)

Visualmente Silo tinha tudo para ser claustrofóbica e monótona, mas recursos como colocar em todos os andares grandes telas mostrando o exterior, mesmo desolado, passam uma sensação mais de nave espacial do que um edifício.

Silo é baseada na série de livros Wool, de Hugh Howey, que surgiu no regime de self-publishing da Amazon Kindle Store, mais tarde ele fechou um contrato de US$ 500 mil com a Simon & Schuster para publicação de edições físicas. Quem não quiser esperar a série, ficadika.

Trailer:

Silo - Conclusão

Silo é uma série pós-apocalíptica de mistério, ela foge dos maiores clichês do gênero, não tem personagens artificialmente antipáticos, e principalmente, Juliette, a personagem de Rebecca Ferguson não é uma Mary Sue, não tem nada de certinha que não erra nunca e ganha tudo de bandeja.

Não é uma Game of Thrones mas também não é uma profunda reflexão sobre o Homem e seu lugar no Universo. Renovada já para uma segunda temporada, Silo é uma excelente série B, para relaxar enquanto não sai a nova temporada daquela série caríssima topzeira que todo mundo assiste.

Cotação:

3 / 5 Christopher Lamberts em A Fortaleza (1992) que era basicamente o Silo, com elevadores.

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