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Não repare, mas HDs estão falhando cada vez mais cedo

Relatório de companhia especializada em recuperar dados avisa: HDs modernos tendem a falhar após 3 anos de uso, em média

51 semanas atrás

O SSD pode ser um caminho sem volta, mas muita gente ainda confia nos bons e velhos HDs para armazenamento de dados e backup. As justificativas são o menor preço por GB e a maior capacidade de dados, e ainda há muitas empresas investindo neles, devido à procura.

HDs duram bastante tempo, mas pesquisadores vêm notando que, nos últimos tempos, quando estes falham além de reparos, o fazem bem mais cedo do que modelos do passado, em um tempo médio de apenas 3 anos de uso.

Detalhe do interior de um disco rígido (Crédito: noelsch/Pixabay) / hds

Detalhe do interior de um disco rígido (Crédito: noelsch/Pixabay)

A informação vem de um estudo recente, conduzido pela companhia de análise e recuperação de dados Secure Data Recovery. Ao invés de se focar nos testes conduzidos em HDs em estado pristino, e submetê-los a regimes de stress para saber quando eles pedem penico, a empresa conduziu uma pesquisa exclusivamente em discos rígidos defeituosos, enviados a ela por consumidores.

Ao observar as condições de uso dos Winchesters falhos (sim, sou velho), a Secure Data Recovery conseguiu observar um incômodo padrão: os HDs modernos estão falhando cada vez mais cedo. Observe que isso não significa que todos os discos rígidos no mercado duram menos do que modelos passados, mas sim que quando estes morrem, o fazem com pouco tempo de uso.

O estudo observou 2.007 HDs defeituosos, de diversas fabricantes e modelos, com um fator em comum de serem modelos modernos, disponíveis hoje no mercado para quem quiser comprar. Em média, há grandes chances de quando um disco falha, ele o faz após apenas 3 anos de atividade, ou cerca de 26 mil horas de processos cumulativos de leitura e escrita.

Claro que o desempenho varia entre fabricantes, mas o estudo constatou que entre as testadas, a japonesa Hitachi teve as piores marcas. Em horas acumuladas antes da falha, seus produtos abrem o bico após apenas 18.632 horas, ou 2 anos e um mês; os modelos de maior durabilidade são os da rival Toshiba, que atingiram uma média de 4 anos.

Ainda assim, essas marcas são muito baixas quando comparadas a HDs do passado, que duravam muito tempo, ao ponto de até hoje consumidores usarem unidades rígidas como backup.

Tempo médio de uso de HDs em horas, antes de falharem; os da Hitachi abrem o bico mais cedo, enquanto os da Toshiba duram mais (Crédito: Reprodução/Secure Data Recovery)

Tempo médio de uso de HDs em horas, antes de falharem; os da Hitachi abrem o bico mais cedo, enquanto os da Toshiba duram mais (Crédito: Reprodução/Secure Data Recovery)

O segundo fator analisado pela Secure Data Recovery, que como o de uso acumulado, é considerado "previsível" dentro de causas de falha (excluindo fenômenos naturais, malwares, ou danos causados por transporte e/ou armazenamento inadequados, os chamados fatores imprevisíveis), é o de realocação de setores danificados. Quando um HD detecta que uma trilha possui falhas, ele a isola, tenta copiar os dados ali armazenados para outro local, e tranca o acesso.

A companhia de dados analisou a quantidade de setores realocados em HDs falhos, e chegou a uma marca média de 1.548; separando-os por marca, os modelos da Maxtor atingiram os menores números (228), e de novo, a Hitachi ficou com o troféu de pior fabricante, atingindo uma média de assombrosos 3.348 setores realocados, puxando toda a média para cima.

Note que os HDs da Seagate, com uma marca de 2.671 setores em média realocados, e da Hitachi Toshiba, com 1.884, também são muito ruins; Western Digital e Samsung, respectivamente com 628 e 529 setores, ficaram em um patamar aceitável.

Quantidade de setores realocados em HDs após falhas, separados por marca; Hitachi de novo com a pior marca (Crédito: Reprodução/Secure Data Recovery)

Quantidade de setores realocados em HDs após falhas, separados por marca; Hitachi de novo com a pior marca (Crédito: Reprodução/Secure Data Recovery)

No geral, os HDs da Maxtor, que foi comprada pela Seagate em 2006, alcançaram as marcas mais equilibradas, com o menor número de setores realocados, e o segundo maior tempo de uso antes da falha, não muito atrás da Toshiba, mas à frente dos modelos da matriz. Vai entender.

Um dos motivos aventados para a menor durabilidade dos HDs hoje em dia, está na corrida dos fabricantes para manter a tecnologia viva frente ao SSD. Enquanto ela não consegue vencer em desempenho, o preço do GB é muito mais em conta, o que justificaria o investimento em novas tecnologias. Como consequência, os discos rígidos estão ficando mais complexos, e mais sujeitos a falhas.

Segundo pesquisadores, há um consenso de que HDs que usam o método de Gravação Magnética Convencional (CMR), uma evolução da PMR perpendicular para economizar espaço, é mais segura e confiável do que a moderna SMR, ou Gravação Magnética em Setores Sobrepostos, que elimina espaços entre trilhas e "sobrepõe" parcialmente os dados escritos. Imagine a disposição das telhas de um telhado, é a mesma coisa.

Inclusive, é sabido que HDs SMR têm desempenho pior que os CMR, e fabricantes os estavam enviando a consumidores sem avisar, o que rendeu processos aqui e ali.

A parte interessante é notar que o relatório da Secure Data Recovery bate de frente com a companhia de armazenamento de dados na nuvem Backblaze, que analisa HDs sem falhas, e considerou a Hitachi a companhia mais confiável. Ao observar apenas discos que deram defeito, a companhia de dados mostrou que, na verdade, os produtos da empresa japonesa estão entre os prováveis de irem para o cemitério mais cedo, quando isso ocorre.

De novo, os dados do estudo não apontam que HDs de hoje estão morrendo mais cedo, e sim que eles possuem chances de falhar após pouco tempo de uso, ao contrário de modelos do passado. É uma questão de ter sorte ao adquirir um disco rígido hoje que durará bastante tempo, de preferência, da Maxtor.

Ou talvez seja mais interessante economizar uns cobres e migrar de vez para SSDs de grande capacidade.

Fonte: Secure Data Recovery, ExtremeTech

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