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TLoZ: Tears of the Kingdom em, “quanto vale o show?”

Segundo presidente da Nintendo of America, The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom custará mais por causa de tudo o que o jogo tem a oferecer

52 semanas atrás

Os jogos estão se tornando cada vez maiores, com alguns deles nos oferecendo campanhas que podem passar facilmente de uma centena de horas. Pensando nisso, seria justo as empresas cobrarem mais caro pelos lançamentos? Pois esse é o argumento utilizado pela Nintendo para defender o valor de US$ 70 para o The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom

Crédito: Divulgação/Nintendo

Quem falou sobre o assunto foi Doug Bowser, presidente da Nintendo of America e que durante uma entrevista à Associated Press foi questionado sobre como eles chegaram a tal valor. A resposta do executivo foi a seguinte:

“Olhamos para o que o jogo tem a oferecer. Penso que os fãs acharão que essa é uma experiência incrivelmente completa e profundamente imersiva. O preço reflete o tipo de experiência que os fãs podem esperar quando se trata de jogar esse jogo em particular. Esse não é um preço que necessariamente teremos em todos os nossos títulos. Na verdade, é um modelo de preço bastante comum na Europa e em outras partes do mundo, onde o preço pode variar dependendo do jogo em si.”

A afirmação de que o novo valor não será adotado por todos os futuros lançamentos do Nintendo Switch não é nova e como o The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom poderá ser um dos últimos grandes lançamento do videogame, acho possível que seja o primeiro e único a ser vendido tão caro.

De qualquer forma, o público não gostou muito da ideia de ter que pagar US$ 70 no jogo, com as críticas indo desde o fato de o Nintendo Switch ser um aparelho mais antigo até a desconfiança de que os japoneses estão aproveitando o apelo da franquia para faturar um pouco mais.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom

Crédito: Divulgação/Nintendo

Mas independentemente do que motivou a Nintendo a seguir os passos das suas coirmãs e elevar o preço cobrado pelo Tears of the Kingdom, a justificativa dada por Doug Bowser acaba perdendo força ao olharmos para outros lançamentos da empresa. O problema é que se a nova aventura do Link pode custar mais caro porque entregará um maior nível de imersão e conteúdo, o inverso não deveria valer para títulos mais, digamos... rasos?

Peguemos como exemplo o Metroid Dread, jogo cuja campanha dura por volta de 10 horas e que chegou ao Nintendo Switch custando US$ 60. Podemos citar também o Kirby and the Forgotten Land, que tem uma duração parecida com o jogo da Samus e custa o mesmo valor. Outro que poderia entrar nessa lista é o Bayonetta 3, que apesar de exigir cerca de 13 horas para ser terminado, não custou menos que o valor padrão de um lançamento.

Já do outro lado desta moeda lançada por Doug Bowser temos jogos como Pokémon Scarlet and Violet, Animal Crossing: New Horizons ou o Fire Emblem Engage, que podem render dezenas de horas de diversão, mas que nem por isso custaram acima de US$ 60.

Com isso, não quero dizer que um jogo é mais ou menos divertido por causa do tempo que passaremos nele. O mercado está repleto de títulos com curta duração e que conseguem entregar experiências muito mais marcantes do que aquelas vistas em obras artificialmente infladas apenas para tentar justificar um status de jogo de grande porte. O ponto é que se a explicação para o The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom custar mais caro está na sua complexidade, o mesmo argumento deveria ser utilizado para precificar tudo — com o que, fique claro, não concordo.

Crédito: Divulgação/Nintendo

Se a Nintendo conseguir repetir o que fez com o The Legend of Zelda: Breath of the Wild, o seu sucessor deverá se tornar um dos melhores jogos dos últimos anos, com a tal prometida imersão por Bowser ficando muito acima da média. Mesmo assim, não me convence o argumento de que foi por isso que eles fizeram esse reajuste.

O fato é que o custo de produção de jogos subiu muito e com tantos concorrentes chegando semanalmente às lojas, o risco de um fracasso comercial está cada vez maior. Porém, há muito tempo a Nintendo vive num mundo paralelo, ciente da força que suas franquias possuem e estando convicta de que pedir mais por um novo The Legend of Zelda não prejudicará as vendas.

Tal estratégia pode não agradar eu ou você e até mesmo fazer com que o Tears of the Kingdom venda menos que o seu antecessor. Contudo, hoje a base instalada do Nintendo Switch é imensa e considerando o quanto os fãs esperaram por esse jogo, não ficarei surpreso se ele conseguir vender até mais que o Breath of the Wild. Isso seria um feito e tanto, já que o Breath of the Wild vendeu mais de 29 milhões de cópias, mas em se tratando de Nintendo e seus fãs, eu não duvido de nada.

A tática do voucher

Crédito: Divulgação/Nintendo

Mas se o preço do The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom tem assustado e desmotivado muitas pessoas, existe uma maneira de fazer com que ele se torne bem mais barato — ou pelo menos mais atraente. Estou falando do sistema de vouchers (ou cupons, como foi chamado por aqui) oferecido pela Nintendo.

Resumidamente, funciona da seguinte maneira: mediante um pagamento de R$ 499, qualquer pessoa que for assinante do Nintendo Switch Online poderá adquirir um par de cupons, com eles psoteriormente podendo ser trocado por dois títulos presentes nesta lista. Como os jogos elegíveis abrangem quase tudo publicado pela empresa, isso inclui os The Legend of Zelda disponibilizados para o Switch, incluindo aí aquele que só será lançado em 12 de maio.

Ou seja, ao comprar os vouchers poderemos trocar um deles pelo Tears of the Kingdom e ainda ficaremos com outro para pegar qualquer título participante da promoção. Assim, numa matemática básica, podemos dizer que cada jogo sairá por pouco menos de R$ 250 e como a Nintendo não costuma oferecer desconto generosos, deverá demorar muito para o novo jogo chegar a este valor.

Porém, a utilização dos vouchers só é recomendada para quem já assina o serviço online do Switch e tem interesse em outro jogo que faça parte da lista, preferencialmente um que ainda não tenha sido vendido por menos de R$ 250. Como este é o meu caso, provavelmente recorrerei a essa estratégia para poder comprar o The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom sem tanto peso na consciência.

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