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Quando a Retro Studios poderia ter feito um Metroid Tactics

Se a proposta feita por um funcionário da Retro Studios tivesse sido aprovada, o Wii poderia ter recebido o Metroid Tactics, jogo nos moldes do XCOM

1 ano atrás

Pegar uma franquia adorada e levá-la para outra direção ao criar um jogo para um gênero diferente do original é algo bastante arriscado. Ao fazer isso, uma desenvolvedora pode acabar desagradando muita gente, o que nos faz pensar o que teria acontecido caso o plano para a criação de um Metroid Tactics tivesse sido levado adiante.

Agora quero um Metroid Tactics

Crédito: Reprodução/Alejandro Olmo/ArtStation

Inspirado na série XCOM, o projeto em questão foi revelado durante um episódio do programa Did You Know Gaming?, onde o canal abordou alguns títulos da franquia da Nintendo que nunca saíram do papel. Proposto por um ex-funcionário da Retro Studios, ele levou a ideia ao alto escalão da desenvolvedora logo após o término do Metroid Prime 3: Corruption, e a intenção era de que o jogo fosse criado para o Wii.

Segundo Paul Tozour, um engenheiro de software que trabalhou no segundo e terceiro capítulos da série que levou Samus Aran para as três dimensões, o Metroid Tactics se passaria muito antes dos fatos mostrados até então. O enredo abordaria “o momento em que Samus se separaria dos Chozo, que a criaram, encontraria a humanidade e se tornaria uma caçadora de recompensas,” afirmou o profissional que criou a inteligência artificial de vários chefes dos dois últimos Metroid Prime.

O vídeo ainda fala sobre o que poderíamos esperar do jogo caso o seu desenvolvimento realmente tivesse sido levado adiante:

“O Metroid Tactics permite que o jogador controle a lendária Samus Aran, um esquadrão de tropas de elite da Federação Galáctica e vários caçadores de recompensa enquanto trabalham juntos para derrotar os Piratas Espaciais.

Ao longo do caminho o jogador pode contratar novas unidades e melhorar todas as unidades em sua equipe com muitos tipos diferentes de armaduras, armas, perícias e habilidades — com a Samus e os vários caçadores de recompensa tendo um grande número de habilidades únicas que serão inestimáveis em combate.”

Isso nos levaria a visitar diversos planetas e assim como na série XCOM, as batalhas seriam intercaladas com visitas a um quartel-general onde poderíamos escolher os personagens que nos acompanhariam ou realizar modificações para melhor adequá-los aos desafios.

Samus Aran sem a Power Suit (Crédito: Reprodução/Wikitroid)

Tozour também revelou que a ideia não era colocar Samus no centro das atenções, afinal ela seria apenas parte de uma grande equipe. Assim, os jogadores assumiram o controle de um comandante da Federação Galáctica, cujo nome seria Justin Bailey. Os mais atentos perceberão que esse era o password que precisávamos usar no primeiro título da franquia caso quiséssemos jogar com a Samus sem a sua tradicional armadura.

Já para aumentarmos nossa chance de êxito nas batalhas teríamos que juntar dinheiro realizando missões, encarando objetivos paralelos como salvar civis ou vendendo o armamento deixado pelos Piratas Espaciais após serem abatidos. E com os cofres cheios poderíamos adquirir diversas armas típicas da série, como o Plasma Beam, Nova Beam, mísseis, Power Bombs e até mesmo a habilidade de nos transformarmos em bola, o que garantiria uma maior movimentação ou afastar os inimigos.

Segundo o documento de apresentação elaborado por Paul Tozour, a ideia era fazer com que os jogadores utilizassem o controle do Wii de maneira parecida com um mouse. Ele até falava sobre a oportunidade de implementar batalhas contra chefes enormes, o que exigiria que as pessoas elaborassem estratégias variadas para ter sucesso.

Por fim, o game designer citava quatro pontos para justificar a produção do Metroid Tactics: aproveitar os chefes da franquia em um contexto de estratégia; servir como uma forma de apresentação do Wii Remote a um novo público; um relativo baixo custo de produção, já que aproveitaria a engine e arquivos dos Metroid Prime; e a possibilidade de implementação de um modo multiplayer relativamente simples.

Crédito: Reprodução/Florian Zenz/ArtStation

Contudo, nada disso foi capaz de convencer os executivos da Retro Studios. Na época a desenvolvedora estava farta de trabalhar com a franquia, o que inclusive os levou a propor a criação do Heroes of Hyrule, um jogo de estratégia para a série The Legend of Zelda — e que também nunca foi aprovado.

O fato é que a chance daquele projeto ser aprovado era pequena, já que na mesma época a Nintendo estava iniciando o desenvolvimento do Metroid: Other M. Além disso, a série XCOM só ganharia mais popularidade em 2012, quando a Firaxis Games lançou o excelente XCOM: Enemy Unknown. Se o conceito de Tozour tivesse sido proposto após aquele jogo, talvez ele tivesse melhor sorte, mas nunca saberemos.

O que fica, portanto, é a curiosidade em relação a como a Samus se sairia em uma aventura em que o nosso cérebro seria mais exigido que os reflexos. Pensando em quando o título poderia ter surgido, eu provavelmente acharia a proposta um tanto sem sentido, mas após me apaixonar pelos XCOM mais recentes e ler tantos elogios ao Marvel's Midnight Suns, hoje consigo acreditar que um Metroid Tactics poderia ser extremamente divertido. Quem sabe um dia...

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