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MPR Phaze 1, o mod que remasteriza o Metroid Prime

Conheça o mod que permite o Metroid Prime rodar numa resolução 4K e alguns detalhes interessantes sobre a criação do fantástico jogo do Retro Studios

2 anos atrás

Ao contrário do que acontece com filmes, livros ou músicas, os jogos tendem a envelhecer rapidamente, com os títulos mais recentes parecendo tecnologicamente muito superiores aos do passado. Por isso tem se tornado tão comum as empresas remasterizarem suas criações, mas quando elas não fazem isso, cabe aos fãs o duro trabalho de modernizar os clássicos, como o que tem acontecido com o Metroid Prime.

Metroid Prime - MPR Phaze 1

Crédito: Reprodução/Youtube

Desenvolvido pela Retro Studios e lançado em novembro de 2002 exclusivamente para o GameCube, não seria exagero dizer que o Metroid Prime foi o título mais ambicioso da franquia. Funcionando como um jogo de tiro em primeira pessoa, essa era uma mudança imensa na estrutura que estávamos acostumados, já que pela primeira vez ela deixava as duas dimensões.

Até o título chegar às lojas, pairava sobre ele uma imensa nuvem de dúvidas, com boa parte dos fãs imaginando que a nova aventura de Samus Aran não daria certo. Porém, bastavam alguns minutos na pele da protagonista para percebermos como a desenvolvedora norte-americana havia acertado e o jogo acabou aclamado como um dos melhores de todos os tempos.

Porém, lá se vão quase duas décadas desde o surgimento daquela obra de arte e apesar de algumas fontes terem informações de que a Nintendo estaria prestes a anunciar uma remasterização do Metroid Prime para o Switch, tal rumor ainda não se confirmou. Enquanto isso, um grupo de apaixonados pelo jogo resolveu colocar a mão na massa e o resultado pode ser visto no que foi batizado como MPR Phaze 1.

Fruto do trabalho de Samus Prime e do Team MPR, o mod utiliza uma versão customizada do emulador Dolphin e traz uma série de melhorias, principalmente na parte visual. Isso inclui texturas refeitas a mão, nova iluminação, efeitos de partículas mais detalhado e até mesmo objetos recriados do zero.

Além disso, quem for encarar o Metroid Prime desta maneira ainda poderá ajustar o campo de visão, poderá jogar usando teclado e mouse (ou ter acesso a dois analógicos com controle) e terá acesso a alguns recursos que foram removidos quando o jogo chegou ao Wii. Os criadores ainda fizeram algumas alterações na interface, deixando-o mais intuitiva.

Mas o quanto essas melhorias tornaram o jogo visualmente mais agradável? O vídeo abaixo mostra os primeiros minutos do MPR Phaze 1 em ação, um trabalho que considero simplesmente fantástico!

Para quem tiver interesse em experimentar a remasterização, os arquivos e as instruções para instalação podem ser encontrados aqui, mas saiba que para jogá-la você precisará ter uma cópia do Metroid Prime para o GameCube ou do Metroid Prime Trilogy para o Wii. Além disso, por enquanto temos acesso apenas a Frigate Orpheon, que corresponde a primeira área do jogo.

O receio agora é sobre quanto tempo demorará até que os advogados da Nintendo entrem em ação. Segundo os criadores do MPR Phaze 1, como os arquivos utilizados pelo mod são fornecidos pelo jogador ao usar o disco do jogo, a equipe considera estar protegida em relação as tão temidas cartas que já interromperam inúmeros projetos assim. Eu não teria tanta confiança, mas enfim...

Metroid Prime poderia ter sido muito diferente

Crédito: Reprodução/Miguel Blanco/ArtStation

E já que estamos falando de um dos melhores capítulos da série Metroid, vale a pena mencionar alguns detalhes da produção que foram revelados pelo excelente canal Did You Know Gaming?.

Após conversar com diversas pessoas envolvidas na criação do Metroid Prime, eles descobriram algumas informações bem interessantes, a começar pelo fato de que o projeto não traria a Samus e se chamava MetaForce, com a ação acontecendo em terceira pessoa. Além disso, o jogo contaria com três protagonistas, com sua história girando em torno de uma força maligna que buscava criar o ser humano perfeito ao alterar nossos genes.

A “criatividade” do pessoal da Retro Studios foi tão longe que eles imaginaram colocar as heroínas — Brynn, Miko e uma terceira anônima — para enfrentar desde um indiano líder de um culto até um eugenista neonazista. Num primeiro momento a Nintendo até gostou do conceito, mas acreditava que três protagonistas era demais e que a visão em terceira pessoa não funcionava.

Outro ponto de discordância entre as empresas surgiu quando a Retro estava desenvolvendo o Metroid Prime 3: Corruption. Para tentar diferenciar o título dos demais, o estúdio queria fazer com que ele funcionasse em um mundo aberto, com os jogadores partindo de uma espécie de hub central e tendo a liberdade de ir para diferentes áreas realizar missões paralelas.

A ideia era explorar o lado caçadora de recompensa pelo qual a Samus sempre foi conhecida, com a protagonista sendo premiada com upgrades por suas ações. Porém, ao passar o conceito para o pessoal da Nintendo, a equipe da Retro Studios descobriu que os japoneses não tinham muita noção do que era uma caçadora de recompensas, quando, na verdade, para eles a Samus estaria mais para uma aventureira espacial.

Crédito: Divulgação/Nintendo

Kiyo, que era um dos tradutores, resumiu muito bem a suposição que os nossos parceiros japoneses tinham da Samus — que ela não estava fazendo nada pelo dinheiro, que era bastante altruísta,” revelou o produtor sênior do jogo, Bryan Walker. “E acho que ele soltou o termo ‘maternal’. Ela estava cuidando das pessoas, o que ela estava fazendo era literalmente pela bondade do seu coração, porque ela se importava profundamente com a humanidade. Aquilo era o mais longe possível que você poderia estar de um Boba Fett. Eu nunca teria igualado a Samus a uma definição de uma influência maternal altruísta, já que ela havia recebido o título de ‘caçadora de recompensas’... Nós estávamos apenas olhando para o kiyo enquanto ele descrevia aquilo e tipo... estamos no mesmo planeta?

Pensando nos jogos lançados até então, realmente fazia mais sentido considerar a Samus como uma aventureira e não como uma caçadora de recompensas. Mas, se a empresa que a criou a tratava desta forma, quem poderia discordar? De qualquer forma, no início do Metroid Dread a protagonista é alertada pelo sistema de inteligência artificial que a acompanha de que a recompensa que ela receberá por realizar sua missão talvez não valha o risco. Portanto, será que a lendária heroína da Nintendo está abandonando seu lado altruísta?

Fonte: Video Games Chronicles

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