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The Callisto Protocol e o limite para os passes de temporada

Ao revelar que o passe de temporada do The Callisto Protocol trará novas animações para mortes, estúdio acabou desagradando parte do público

1 ano atrás

Com o preço do desenvolvimento dos jogos se tornando cada vez mais alto, as empresas têm buscado variadas maneiras para amortizar os custos e uma delas é o lançamento de passes de temporada. Um dos títulos mais aguardados do ano, The Callisto Protocol recorrerá a essa estratégia, mas aquilo que será liberado pelo pagamento adicional está causando discussões.

The Callisto Protocol

Crédito: Divulgação/Striking Distance Studios

Desenvolvido por profissionais que criaram a série Dead Space, o jogo se passará 300 anos no futuro, com o protagonista Jacob Lee sendo jogado na Prisão de Ferro Negro, localizada na lua de Júpiter, Calisto. Não bastasse o inferno que seria estar encarcerado, certo dia vários presos serão transformados em monstros e nosso objetivo será tentar fugir do lugar.

Para qualquer pessoa que tenha jogado o trabalho anterior daqueles que fundaram a Striking Distance Studios, a expectativa é de que o The Callisto Protocol venha carregado de terror, com a violência sendo um dos destaques do jogo. Por sinal, o estúdio passou os últimos meses divulgando as muitas maneiras que o nosso personagem poderá morrer, a ponto dos animadores terem estudado acidentes de carros para criar as cenas mais grotescas possíveis.

Com um marketing deste tipo, é óbvio que muitos estão curiosos para ver o nível da sanguinolência que nos será entregue e é aí que entre o problema do seu passe de temporada. Isso porque, ao revelar o conteúdo que será disponibilizado a quem adquirir o conteúdo adicional, a desenvolvedora confirmou que ele trará 13 novas animações para quando Jacob morrer.

Tais animações serão incluídas no que a Striking Distance Studios chamou de Contagion Bundle, que funcionará como um novo modo para o jogo onde a munição e o itens de cura serão mais escassos, além de termos que nos preocupar com a morte permanente.

Crédito: Divulgação/Striking Distance Studios

O anúncio não caiu muito bem entre aqueles que estão ansiosos pelo jogo, principalmente pela desconfiança de que parte do conteúdo estará bloqueado atrás de uma barreira. Diante da repercussão negativa que o caso ganhou, Glen Schofield correu para o Twitter para esclarecer a situação.

Segundo o diretor do The Callisto Protocol e CEO do estúdio, eles não esconderão nada do jogo principal no passe de temporada. Ele inclusive afirma que ainda nem começaram a trabalhar no conteúdo e que como as pessoas estavam pedindo por mais formas de morrer, essa se tornou uma prioridade para 2023.

Além das animações e do novo modo, aqueles que adquirirem o passe de temporada terão direito a novas skins para o protagonista, assim como um DLC que expandirá o enredo e o Riot Bundle. Neste teremos a oportunidade de explorar uma área desconhecida da Prisão de Ferro Negro, com ondas de inimigos partindo em nossa direção. Lá o objetivo será tentar durar o máximo possível, evoluindo nossas armas para isso e encarando 12 novos tipos de monstros.

Até por vir de uma época em que os jogos recebiam conteúdos adicionais através de expansões, não vejo muito problema em pagar para ter acesso a eles. Porém, a maneira como algumas empresas tem explorado a monetização em suas criações muitas vezes extrapola o bom-senso e as críticas são merecidas.

No caso do The Callisto Protocol, acredito que apenas dizer que essas novas animações não estavam planejadas não é o suficiente e por mais que elas possam ser vistas como algo equivalente a skins, não concordo com termos que pagar por algo assim.

Crédito: Divulgação/Striking Distance Studios

A indústria está repleta de títulos que tem recebido muito conteúdo adicional gratuitamente, com as desenvolvedoras e editoras apostando que isso será fundamental para manter suas criações relevantes por mais tempo e consequentemente aumentando as vendas. Então, quando um título se propõe a ser uma grande produção e cobrará o preço cheio por isso, o mínimo que poderíamos esperar era uma atualização gratuita que nos presenteasse com perfumarias como novas animações.

Eu não quero dizer com isso que perdi o interesse pelo jogo da Striking Distance Studios, muito menos que eles estão sendo mercenários. O que me incomoda é pensar em como a desenvolvedora usou as mortes como um ponto de venda para o projeto e agora querem limitar uma parte deste conteúdo a apenas alguns consumidores.

São atitudes assim que pesam na hora de algumas pessoas optarem por adquirir um título muito tempo depois deles ter sido lançado, quando inevitavelmente teremos acesso a uma versão “Jogo do Ano” que trará todo o conteúdo e muitas vezes por um preço mais baixo. O pior é que depois não adianta algum executivo quererem colocar nas nossas costas a culpa por seus projetos não receberem uma continuação.

Fonte: Videogamer

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