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Power On, o documentário que contará a história do Xbox

Para comemorar os 20 anos do primeiro Xbox, Microsoft anuncia a criação de Power On: The Story of Xbox, série documental que contará a origem do console

2 anos atrás

O dia 15 de novembro de 2021 marcou o 20º aniversário do primeiro Xbox e uma das maneiras encontradas pela Microsoft para comemorar a ocasião foi anunciando um projeto muito interessante. Batizado de Power On: The Story of Xbox, esta será uma série documental que fará uma viagem pela história do console, inclusive contando os problemas enfrentados pelo caminho.

Power On: The Story of Xbox

Crédito: Divulgação/Microsoft

Dividido em seis partes, o documentário abordará o risco que a Microsoft assumiu ao apostar num mercado tão competitivo como o dos consoles e quatro pessoas foram fundamentais para iniciar esta jornada: Otto Berkes, Seamus Blackley, Kevin Bachus e Ted Hase.

Descritos como uma mistura de gênios e loucos, eventualmente o quarteto acabaria recebendo o aval para iniciar o projeto Midway, numa referência à famosa batalha travada no Pacífico entre americanos e japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. E apesar do sentido figurado, a intenção da Gigante de Redmond era mesmo entrar em uma guerra.

Tudo começou porque lá pelo final da década de 90, apesar de a Microsoft ter construído um bom nome no desenvolvimento de jogos, esta fama estava limitada ao PC. A empresa queria abrir uma frente no mercado de consoles e num primeiro momento a Gigante de Redmond tentou explorar aquele universo implementando seu sistema operacional nos videogames. Isso funcionou para o Dreamcast, já que através de uma parceria com a Sega ficou estipulado que ele utilizaria o Windows Embedded Compact (ou apenas Windows CE).

Porém, Bill Gates não estava satisfeito e procurou a Sony para oferecer o mesmo para o videogame daquela empresa que ainda se encontrava em desenvolvimento. A proposta foi prontamente recusada e para piorar a situação, quando os japoneses anunciaram o PlayStation 2, disseram que ele seria a porta de entrada para todos os tipos de entretenimento, chegando a afirmar que aquele aparelho substituiria os desktops. Foi o suficiente para o CEO da Microsoft passar a vê-lo como uma ameaça aos Windows.

A franquia Halo também está completando 20 anos (Crédito: Divulgação/Microsoft)

Este obviamente é apenas um resumo de como surgiu a ideia que levou à criação Xbox, um importante momento da indústria dos games e que provavelmente será abordado em Power On: The Story of Xbox. O que sabemos com certeza é que o documentário não terá vergonha de falar sobre os erros cometidos no processo, como por exemplo o desenvolvimento do terrível controle Duke ou a falha de projeto que resultou no famigerado “red ring of death”, que quase assolou o Xbox 360.

Segundo Tina Summerford, a ideia para o Power On: The Story of Xboxnasceu nasceu há três, quando funcionários da Microsoft passaram a se perguntar se existia uma história interessante por trás da criação do Xbox. Após descobrirem que a resposta era positiva, os executivos da marca foram adiante.

Fizemos uma parceria com uma equipe de documentários vencedora do Emmy para realmente nos aprofundar e ajudar a trazer esta história à vida,” afirmou a chefe de programação na divisão Xbox. “Em sua essência, esta é uma história de como o Xbox começou como um projeto apaixonado de um pequeno grupo de gamers da Microsoft e cresceu para se tornar uma fonte de alegria para jogadores de Xbox em todo o mundo.

Com previsão de estreia para 13 de dezembro, Power On: The Story of Xbox estará disponível em serviços como o Youtube, The Roku Channel e RedBox.

Game Pass poderia ter sido bem diferente

Nós ainda não sabemos se o serviço de assinatura de jogos da Microsoft aparecerá em Power On: The Story of Xbox, mas quem deu maiores detalhes sobre a sua criação foi Sarah Bond, atual responsável pelo ecossistema de jogos da divisão. Ao conceder uma entrevista para o site GQ, ela revelou que inicialmente o Game Pass funcionaria apenas como um serviço de locação de jogos.

Conhecido internamente como Projeto Archer, o que os levou a mudar de direção foi o sucesso alcançado por serviços de streaming como a Netflix e o Spotify. Assim eles pretendiam aumentar o tempo de faturamento dos jogos, já que até então 75% das vendas aconteciam apenas durante os dois primeiros meses após os títulos chegarem às lojas.

No entanto, isso não impediu que as desenvolvedoras e editoras tivessem resistência ao conceito. Para os executivos destas empresas, algo como o Game Pass desvalorizaria os jogos e a Microsoft então recebeu a sugestão de que fosse feito um teste com títulos mais antigos. Pois foi graças ao engajamento do público que a fabricante do Xbox resolveu ir além, disponibilizando o Sea of Thieves, que respondia como um dos seus principais lançamentos, a todos os assinantes do serviço.

Crédito: Divulgação/Microsoft

Na época a ousada aposta foi vista com ceticismo mesmo por pessoas dentro da companhia, como Craig Duncan. Chefe da Rare, ele chegou a perguntar a Phil Spencer se este ficaria satisfeito ao ver que todos estavam jogando o “simulador de piratas” através do Game Pass, sem que uma única cópia ter sido vendido e ao receber uma resposta positiva do comandante da divisão Xbox, Duncan percebeu que a decisão já estava tomada.

Mas contra tudo e contra todos, o resultado foi um sucesso. Além daquele jogo registrar vendas até hoje, o movimento fez com que o Xbox tivesse um grande diferencial em relação aos demais consoles: lançamentos disponíveis para quem pagasse a pequena mensalidade (ou anuidade) do Game Pass e acesso a muitos títulos mais antigos. A Microsoft também percebeu que os mais de 18 milhões de assinantes costumam gastar 50% mais em jogos do que aqueles que não estão no serviço, com o engajamento de um título sendo oito vezes maior do que aqueles que não fazem parte do catálogo.

Dizer hoje que o sistema de locação não teria dado tão certo pode ser fácil, mas imagino a pressão que figuras como Phil Spencer devem ter sofrido ao fazer esta jogada. De qualquer forma, o fato é que o Game Pass caiu no gosto do público e com os jogos custando tão caros, especialmente no Brasil, assinar um serviço como este torna-se quase obrigatório.

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