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Ad Infinitum e o horror na Primeira Guerra Mundial

Se passando durante a Primeira Guerra, Ad Infinitum é um jogo de terror que contará a história de um soldado perturbado pelas atrocidades que presenciou

3 anos atrás

Ao contrário da Segunda Guerra Mundial, que foi amplamente explorada pelos desenvolvedores de jogos, aquela que a antecedeu não chegou a receber tanta atenção das empresas e mesmo quando algumas tentaram nos transportar para os campos de batalhas do conflito ocorrido entre 1914 e 1918, na maioria das vezes apenas vimos combates com armas diferentes. Porém, esta não é a proposta do Ad Infinitum, um promissor jogo de terror que está em produção.

Ad Infinitum

Crédito: Divulgação/Hekate

Anunciado inicialmente em 2015, o título estava sendo criado pela Strixlab parecia ter sido abandonado, mas em 2018 ficamos sabendo que o seu desenvolvimento passou a ficar a cargo da Hekate. Na época, o estúdio afirmou que havia passado por uma longa disputa legal para garantir o direito de trabalhar no Ad Infinitum, briga que coincidentemente ou não, também aconteceu com outro título publicado pela Nacon, o The Sinking City.

Disputas judiciais à parte, no jogo que agora está previsto para ser lançado em 2023 assumiremos o papel de um soldado alemão que após ter vivenciado todos os horrores da Primeira Guerra, agora precisa lidar com os traumas psicológicos que a vida nas trincheiras o causou. De acordo com a sinopse divulgada pela desenvolvedora, “a cada noite, alucinações cheias de criaturas horríveis, armadilhas mortais e mistérios marcam o seu caminho para a recuperação.

Segundo as pessoas envolvidas no projeto, embora este seja um jogo de terror com quebra-cabeças e elementos stealth, ele se passará dentro de “um contexto histórico realista”, com as ações que realizarmos alterando o mundo em que ele se passa. E mesmo sendo muito cedo para sabermos se a Hekate acertou, considero muito boa a ambientação escolhida por eles.

Uma guerra é um evento que por si só é bastante assustador, com toda a tensão presente no ar e os soldados tendo que lidar com mortes por todos os lados. Agora imagine aproveitar isso para nos colocar no meio de uma história sobrenatural, onde monstros se aproveitariam da fragilidade humana para se alimentarem e consequentemente tornando os campos de batalha ainda mais assustadores.

A quantidade de material disponível para nos causar medo é praticamente infinita e acredito que se o estúdio souber tirar proveito disso, podemos receber um dos mais assustadores jogos dos últimos anos. Some a isso o fato de que a jogabilidade será em primeira pessoa e como imagino que durante boa parte da campanha estaremos bastante vulneráveis, o jogo poderá tornar ainda pior uma das passagens mais terríveis da humanidade.

Crédito: Divulgação/Hekate

Além disso, me agrada a ideia de termos uma abordagem diferente ao tema, já que o natural seria vermos um jogo onde estaríamos correndo de um lado para o outro enquanto tentamos desviar dos tiros e explosões, eventualmente sendo apresentados a alguma passagem que tenta levar uma dose de drama aos combates. Nem preciso dizer o quanto isso já foi feito e tenho certeza que se o projeto fosse por este caminho, fatalmente acabaria passando despercebido por muita gente.

Contudo, o mais interessante é a possibilidade do Ad Infinitum dar uma oxigenada tanto nos jogos de terror quanto naqueles que tentam nos colocar no meio de uma guerra. Como a sinopse diz que a guerra acabou e o protagonista está voltando para casa, tendo a crer que a história poderá servir como uma grande alegoria para mostrar o quão traumatizado alguém pode ficar após ter que conviver por tanto tempo com a presença da morte e títulos como o Hellblade: Senua's Sacrifice já mostraram como uma mente perturbada pode render excelentes histórias.

Mas o que me deixa receoso é o fato do jogo estar em desenvolvimento há tanto tempo e ainda ter mudado de desenvolvedora, algo que é sempre preocupante. Além disso, ainda teremos que esperar um bom tempo para podermos colocar as mãos nele, mesmo que o novo prazo para o lançamento seja cumprido. Eu só torço para que a produção do Ad Infinitum deixe de se basear no nome do jogo e não se estenda infinitamente.

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