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Vertigo, a tentativa de levar Hitchcock para os games

Baseado no filme Um Corpo que Cai, Alfred Hitchcock – Vertigo é um promissor jogo de suspense psicológico que tentará reimaginar o clássico do cinema

3 anos atrás

Durante muito tempo os jogos baseados em filmes foram vistos com extremo desdém por boa parte das pessoas e essa desconfiança tinha motivo. Normalmente essas obras não passavam de caça-níqueis, títulos que aproveitavam uma marca famosa para tentar pegar desavisados, mas aos poucos os detentores dos direitos autorais perceberam que havia potencial para boas criações e que filmes que chegaram bem antes ao cinema poderiam virar bons jogos. E é nisso que a Microid está apostando com Alfred Hitchcock – Vertigo.

Alfred Hitchcock – Vertigo

Crédito: Divulgação/Pendulo Studios

Apontado como uma das mais marcantes criações do cineasta inglês, o thriller psicológico, que por aqui ficou conhecido como Um Corpo que Cai, foi lançado em 1958 e contava a história de John “Scottie” Ferguson, um ex-policial que acaba se aposentando ao ser diagnosticado com acrofobia, que é um forte medo de altura e por sofrer com vertigens. Após presenciar a morte de uma mulher por quem estava obcecado, ele precisa enfrentar seus demônios para tentar desvendar o caso.

Embora não tenha se destacado muito na época, hoje o longa é citado não só como um dos maiores de Hitchcock, mas como um dos melhores filmes de todos os tempos. Porém, isso seria o suficiente para chamar a atenção do público atual e dar origem a um bom videogame? Pois graças a aposta da Microid e do Pendulo Studios, ainda em 2021 deveremos ter respostas para estas perguntas.

Também apostando no suspense/terror psicológico, algo que chamou minha atenção em Alfred Hitchcock – Vertigo é o fato de que ele não tentará simplesmente recriar aquilo que vimos no filme, já que nesta história acompanharemos Ed Miller, um escritor que sobreviveu a um acidente de carro onde, apesar de ninguém ter sido encontrado no local, ele jura que viaja com sua mulher e filha.

Enquanto tenta descobrir o que realmente aconteceu, o protagonista terá que lidar com os traumas causados pelo acidente, o que pelo menos na teoria deverá nos colocar em situações bastante estranhas e perturbadoras. De acordo com a descrição na página do jogo no Steam, “a verdade é por vezes pior do que a loucura.

Crédito: Divulgação/Pendulo Studios

Já o diretor de narrativa do projeto, Josue Monchan, explicou como a obra de Alfred Hitchcock os influenciou e como, apesar de se tratar de uma história inédita, o jogo pretende explorar os elementos que transformaram o original em um clássico.

Os temas principais do jogo são praticamente os mesmos que aparecem no filme: obsessão, loucura, manipulação, identidade e a confusão entre imaginação, sonhos, memória e realidade. Um Corpo que Cai não é o nosso único quadro de referência. Por exemplo, o fato de a terapia estar no centro da narrativa ecoa em Quando Fala o Coração e alguns personagens assemelham-se aos protagonistas de Rebecca, a Mulher Inesquecível, Psicose e muitos outros. Nós estivemos estudando o trabalho de câmera do Hitchcock: tomadas subjetivas, seu uso de tomadas detalhadas e até o efeito zoom dolly, também conhecido como ‘o efeito Vertigo’.

Ainda segundo Monchan, o jogo nos colocará para explorar diversas linhas do tempo, para assim conseguirmos distinguir os eventos que realmente acontecem na vida de Ed Miller e aquilo que não passa de imaginação. Além disso, ainda teremos a oportunidade de controlar outros dois personagens, cada um com sua própria história.

No fim das contas, pode ser que do Um Corpo que Cai esta adaptação (ou seria reimaginação?) acabe apresentando pouco, praticamente não lembrando a sua fonte de inspiração. Porém, a premissa me pareceu muito interessante e caso os envolvidos na criação do Alfred Hitchcock – Vertigo realmente consigam replicar o consagrado estilo do idolatrado diretor, poderemos ver o nascimento de um ótimo jogo, com potencial até para abrir as portas para outras obras no mesmo estilo.

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