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92% dos jogadores de Mass Effect preferiram fazer o bem

Você prefere fazer o bem ou mal em um jogo? Pois no caso do Mass Effect, a imensa maioria optou por seguir o caminho de um Paragon.

4 anos atrás

Além de contar com uma jogabilidade muito divertida e de nos permitir explorar a galáxia numa verdadeira ópera espacial, um dos pontos altos da série Mass Effect é a maneira como ela nos permite agir de maneiras diferentes em algumas situações. Assim o jogador pode ver o seu personagem flutuando numa escala que o classificará entre o bem (Paragon) ou o mal (Renegade), com as ações podendo até mesmo mudar o desenrolar da história.

Mass Effect

Na teoria essa mecânica deveria incentivar as pessoas a encarar cada jogo pelo menos duas vezes, para ver como eles reagiriam às suas ações, ou pelo menos fazer com que muitos aproveitassem a liberdade para seguir o lado mais sombrio do enredo. Porém, não foi exatamente isso o que o pessoal da BioWare constatou.

Após ver o usuário @Mewd462 comentando no Twitter sobre como acha legal quando uma desenvolvedora anuncia que seu jogo nos permitirá agir como vilões, mas mesmo assim ele encara a aventura fazendo boas ações, o designer cinematográfico da BioWare, John Ebenger fez a seguinte revelação: “Sim. Cerca de 92% dos jogadores de Mass Effect foram Paragon. E nós colocamos muito trabalho no conteúdo Renegade também 🙁

No entanto, vale notar que em 2013 a BioWare divulgou números diferentes em relação as escolhas feitas pelo jogadores, quando na ocasião eles disseram que 35,5% das pessoas seguiram como Renegade no Mass Effect 3. Isso nos faz pensar se a porcentagem citada por Ebenger se refere apenas ao primeiro jogo e por isso seria legal se o estúdio se posicionasse oficialmente sobre o assunto.

Mesmo assim, a informação passada originalmente é muito interessante e deu início a um longo debate sobre como as pessoas preferem jogar quando lhes é dada a oportunidade de fazer o bem ou mal em um game. Até o designer de narrativa Matt Boland entrou na conversa, dizendo que o mesmo acontecia nos títulos que criou enquanto estava na Telltale.

Para mim, por mais que eu entenda a ideia de que os jogos podem servir como uma válvula de escape para as normas impostas pela nossa sociedade, eu sempre tento imergir o máximo possível num RPG e por isso busco agir da maneira que faria se estivesse na situação apresentada. Isso sempre acaba me levando a tomar decisões que pendem para o bem — o que pelo jeito não acontece apenas comigo — mas talvez nem seja por me considerar um paladino da justiça.

Quando olhamos para títulos como o Mass Effect, Fable, Jade Empire ou tantos outros, o que sempre me incomodou é que seguir pelo mau caminho sempre me pareceu ir contra a proposta central da história. Oras, se você foi o escolhido para salvar o mundo, não me parece fazer muito sentido chegar a esse objetivo agindo como um “malvadão”, não acha?

Mais do que isso, no caso específico da série estrelada pelo(a) Comandante Shepard, aumentar seu nível Renegade na maior parte do tempo se resume a agir como um verdadeiro babaca com os outros. E ao dizer isso, nem me refiro a atirar alguém pela janela ou socar uma repórter, mas ficar dando respostas mal-educadas que destoam muito do contexto geral. Felizmente isso mudou um pouco a partir do terceiro jogo, mas ainda assim considero o resultado longe do que poderia ser considerado natural.

Há no entanto jogos que conseguiram diminuir muito essa maneira binária como o bem e o mal eram tratados nos jogos mais antigos da BioWare. Um bom exemplo é o The Witcher 3: Wild Hunt, onde muitas vezes nem conseguimos perceber exatamente as reações que podem surgir às nossas escolhas, o que torna a criação da CD Projekt Red tão genial.

Mas não tem jeito... Mesmo se tratando de um jogo onde o protagonista não tem sentimentos e num ambiente cruel, estou quase sempre fazendo com que o Geralt seja mais parecido com um herói. Só fico pensando a confusão que será no meu cérebro no dia em que decidir encarar algo como o Tyranny.

Fonte: GamesRadar+.

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