Dori Prata 3 anos atrás
Imagine ser uma empresa com uma infinidade de propriedades intelectuais fortíssimas no seu catálogo e poder as explorar nos games como bem entender. Essa é a Disney, mas ao invés de criar um megaestúdio e criar seus próprios jogos, a Casa do Mickey decidiu “desafiar” algumas empresas a reimaginarem suas franquias.
A novidade foi anunciada durante a DICE Summit 2020 pelo Vice-presidente para Games e Experiências Interativas da Disney, Sean Shoptaw, que disse que a partir de agora o objetivo deles será permitir que os desenvolvedores criem coisas únicas com algumas das principais marcas da companhia.
Segundo o executivo, essa nova abordagem de permitir que outras empresas “venham e brinquem” com as franquias da Disney foi influenciada por alguns sucessos recentes envolvendo suas marcas, com ele tendo citado textualmente o Marvel's Spider-Man desenvolvido pela Insomniac Games e o Star Wars Jedi: Fallen Order.
Fazer parceria com estúdios externos nunca foi um problema para a empresa, com seus personagens tendo passado pelas mãos de diversas desenvolvedoras pelas últimas décadas. Portanto, quando em 2016 eles decidiram fechar a Disney Interactive Studios, muitos passaram a se perguntar como marcas tão populares passariam a ser exploradas.
Mas como agora essa concessão deverá ser facilitada, pode ser que em breve tenhamos o anúncio de diversos novos títulos baseados em personagens tanto da Disney quanto da Fox. Um detalhe que merece ser mencionado no entanto é que, embora há três anos esta última tenha fundado sua própria desenvolvedora, a FoxNet Games, em janeiro passado a Disney achou melhor vender o estúdio localizado em Los Angeles, assim como o seu coirmão, o Cold Iron Studios. São eles os responsáveis pelos jogos mobile Marvel Strike Force e Avatar: Pandora Rising, além de um MMO sobre o Aliens e que ainda está em produção.
Outro ponto importante é que empresas como a Electronic Arts, Capcom e a Square Enix vem mantendo negócios com a Disney já há algum tempo, o que rendeu tanto sucessos quanto fracassos. No caso dos projetos que deram certos, temos como exemplo a série Kingdom Hearts e o próprio Jedi: Fallen Order, mas quando alguns projetos não funcionaram, devem ter servido para uma das maiores companhias do mercado de entretenimento ter aprendido uma coisa ou outra em relação a parcerias.
Muitos deverão lembrar da chuva de críticas que caiu sobre o Marvel vs. Capcom Infinite quando este chegou ao mercado, com a situação tendo se tornado ainda pior quando descobrimos que o Star Wars Battlefront II estaria entupido de microtransações e loot boxes.
Tais experiências me fazem acreditar que, embora a Disney esteja aberta a “ceder” suas franquias, ela não deverá deixar que marcas tão poderosas sejam exploradas de qualquer maneira e caso haja algum controle sobre o que outras empresas poderão fazer com elas, coisas muito interessantes poderão surgir desta iniciativa. Só vamos ver se um eventual insucesso do Marvel's Avengers — aquele da Crystal Dynamics — não os fará desistir da ideia.
Fonte: Videogamer.