Ronaldo Gogoni 3 anos atrás
Studio Ghibli e Netflix acabam de anunciar um grande acordo: a partir de fevereiro, o serviço de streaming passará a distribuir, gradualmente e em todo o planeta (com exceção de Estados Unidos e Canadá) quase todo o acervo de longas animados do estúdio de Hayao Miyazaki.
A parceria é similar à firmada pela produtora com a WarnerMedia, que garantiu a distribuição exclusiva nos dois países acima citados.
Entre 1986 e 2014 o Studio Ghibli lançou 21 obras para o cinema, incluindo o ganhador do Oscar de Animação A Viagem de Chihiro, excluindo aí Nausicaä do Vale do Vento (1984), que embora faça parte do acervo, foi lançado antes da criação do estúdio em si.
O acordo firmado entre a produtora de Miyazaki e a Netflix é basicamente igual ao fechado com a WarnerMedia em outubro de 2019, que garantiu exclusividade nos EUA e Canadá via HBO Max.
A diferença é que a abrangência é global. A partir de fevereiro, os assinantes em todo o mundo (Brasil incluso) poderão assistir, em alta qualidade e sem complicação, algumas das melhores e mais tocantes obras animadas de todos os tempos.
TODOS OS 21 FILMES DO ESTÚDIO GHIBLI VÃO ESTAR DISPONÍVEIS A PARTIR DE FEVEREIRO. EU TÔ GRITANDO SIM!! pic.twitter.com/0hNfN1o6s6
— Netflix Brasil (@NetflixBrasil) January 20, 2020
O cronograma da Netflix foi dividido em três fases, com um lote de 7 lançamentos a cada início de mês; a conta brasileira no Twitter menciona que todos serão liberados de uma vez, o que pode ou não acontecer.
Caso a estratégia em lotes seja mantida aqui, os primeiros filmes, que chegam dia 1º de fevereiro são:
Já no dia 1º de março, estreiam na plataforma:
Por fim, no dia 1º de abril completam o pacote:
O único filme que ficou de fora de ambos acordos, tanto com a Netflix quanto com a WarnerMedia é O Túmulo dos Vaga-lumes (1988), que embora tenha sido produzido pelo Studio Ghibli, seus direitos de distribuição pertencem à Shinchosha Publishing, editora pelo qual o conto de Akiyuki Nosaka foi originalmente publicado, baseado em suas próprias experiências durante a Segunda Guerra Mundial.
O rolo entre a Shinchosha e a Tokuma Shoten (empresa dona do Studio Ghibli) é antigo, tanto que coleções dos filmes do estúdio em Blu-ray e DVD não incluem O Túmulo dos Vaga-lumes, geralmente disponibilizado à parte e por outras distribuidoras. Por esse motivo, ele não deverá entrar na distribuição digital neste momento.
Vale lembrar que até recentemente, o Studio Ghibli (provavelmente o próprio Miyazaki, um tecnófobo convicto) era totalmente avesso à distribuição digital de suas obras, preferindo manter o tradicional método das mídias físicas.
O acordo com a WarnerMedia, firmado em outubro de 2019 foi o primeiro indício que as coisas estavam mudando, e em dezembro, a produtora surpreendentemente começou a vender os filmes via download (de novo, O Túmulo dos Vaga-lumes ficou de fora).
Segundo a Netflix, todas as obras do Studio Ghibli incluídas no serviço contarão com dublagem em 20 línguas e legendas em 28, o que é uma tarefa e tanto, mas que permitirá que mais gente possa curtir as obras do estúdio, todas absolutamente recomendadas.