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Novos iPhones foram feitos para durar mais

Além de tentar reduzir seu impacto no meio ambiente com materiais reciclados ou renováveis, a Apple quer que seus iPhones durem cada vez mais.

5 anos e meio atrás

Durante sua apresentação no keynote de lançamento dos novos iPhones, Lisa Jackson falou sobre o objetivo da Apple de eliminar a necessidade de minerar materiais do planeta, apresentando três pontos fundamentais para chegar até lá.

Jackson é a vice-presidente responsável pelas iniciativas sociais, pela definição de políticas internas e por tudo que é relacionado ao meio-ambiente na Apple, e antes disto, foi administradora da EPA, agência de proteção ambiental dos Estados Unidos.

Lisa Jackson da Apple

Na apresentação, Jackson explicou os 3 pontos da política ambiental da Apple: o primeiro é tentar usar material reciclado ou renovável para todos os produtos da empresa; o segundo é ter certeza de que os produtos da Apple duram tanto quanto possível; e o terceiro e último, é que depois de uma longa vida em uso, ter certeza de que eles são reciclados de forma adequada.

Em um excelente post no Asymco, seu site especializado na Apple, o analista Horace Dediu fez uma ótima reflexão sobre como é curioso que a Apple queira que os seus aparelhos tenham uma vida útil cada vez maior, enquanto que o mercado dos dias de hoje parece totalmente adaptado ao ritmo frenético de troca anual de smartphones.

Horace acaba concluindo que a proposta e o discurso da Apple fazem sentido para os acionistas, pois na essência, ela está valorizando seu próprio produto, e também fidelizando os seus consumidores, ao oferecer um aparelho que não precisa ser trocado com a mesma frequência.

Em um gráfico bem esclarecedor no post, o Asymco mostra que ao longo dos anos, a Apple foi aumentando os preços dos iPhones, ao mesmo tempo em que sua participação de mercado diminuía. Tudo bem, a conjuntura atual não ajuda, mas o motivo maior para termos iPhones mais caros do que antigamente é o aumento gradual da margem de lucro da Apple.

O lado bom para os consumidores, é que a durabilidade do aparelho também está aumentando, não apenas no hardware, mas também no software, e assim o preço de revenda do iPhone também continua a se manter, mesmo depois de alguns anos. Quem já tentou vender um Android topo de linha de alguns anos atrás, sabe como ele desvaloriza mais rápido que os frutos da maçã. 

Novos iPhones são mais duráveis que os anteriores

Durante o evento deste ano, além de apresentar os novos iPhone Xs, Xs Max e Xr, a Apple anunciou que vai deixar as linhas do iPhone 7 e iPhone 8 no mercado, mostrando que acredita no potencial de venda destes aparelhos, e os posicionando como iPhones de entrada, e justificando os preços mais altos dos novos modelos.

Nas palavras de Dediu: “este é um modelo de hardware-como-plataforma e hardware-como-assinatura que nenhuma outra empresa de hardware consegue igualar. Ele não é apenas altamente responsável, mas também altamente defensível, e portanto, um grande negócio. A obsolescência programada é um mau negócio, e portanto, não é defensível.”

A obsolescência programada é uma estratégia bem antiga, mas que continua sendo praticada até hoje, mas pelo menos na Apple, ela não faz parte dos planos, muito pelo contrário, a empresa de Cupertino pretende que seus iPhones sejam cada vez mais reconhecidos como bens duráveis, e que funcionem como uma ferramenta para fidelizar ainda mais os seus consumidores.

Nas palavras de Lisa Jackson, “manter os iPhones funcionando é a melhor coisa para o planeta”. Além de ser bom para o meio ambiente, também é bom para os negócios, como o histórico recente da empresa deixa bem claro.

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