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Redcore: navegador 100% chinês era na verdade uma cópia do Google Chrome

Vendido como um navegador 100% chinês, o Redcore era na verdade uma cópia do Chrome. “Criar o código do zero levaria muitos anos”, disse o fundador da empresa.

6 anos atrás

Redcore, o navegador 100% chinês que era cópia do Google Chrome.

Apresentado na última semana com a promessa de ser o primeiro navegador nativo desenvolvido na China, o que deve ter deixado alguns chineses orgulhosos, o browser Redcore é na verdade uma simples cópia do Google Chrome. A startup Redcore Times Technology, que é a responsável pelo browser, garante que apesar de ser baseado no Chrome, o Redcore tem "importantes inovações independentes", em suas palavras. Então tá.

Benfeng Chen, o fundador da empresa por trás do suposto browser “made in China”, tentou se justificar, garantindo que não quis dar o golpe em nenhum investidor, muito menos no governo Chinês, já que alguns órgãos estatais e escolas são clientes e usuários do Redcore. Ele também se defendeu das acusações de que o caso é parecido com o famoso chip chinês Hanxin de 2003, que na verdade era um processador da Motorola com a marca da empresa apagada. O caso do navegador Redcore tem sido chamado de o "Hanxin" deste ano.

“Nós não negamos termos desenvolvido em cima da engine de navegação do Chrome. O navegador da web é uma tecnologia muito antiga, criar o código do zero levaria muitos anos. É como o Android, que foi criado na fundação do Linux, mas ninguém duvida da inovação do Android ou do Google. O Google e a Apple também não criaram a primeira linha de código, fazer isso seria reinventar a roda,” disse Chen (O resto da declaração está disponível em Chinês no Weibo).

Depois de levantar 250 milhões de yuans, que são equivalentes a US$ 36 milhões, e dizer que seu browser tinha “quebrado o monopólio dos Estados Unidos”, o download não está mais disponível no seu site, mas Chen diz que ele foi removido por “excesso de downloads”, e que daqui pra frente, não vai mais falar de monopólio dos navegadores americanos, vai simplesmente focar na tecnologia.

A gente só espera que seja na própria tecnologia, e não a dos outros, e que se for pegar o código de outra empresa, pelo menos não fale que vai quebrar o monopólio do país de onde ela veio, pra começo de conversa. Entre as mudanças e personalizações do Redcore, estão uma proteção anti-hackers e armazenamento com encriptação de dados.

Em um pop-up em seu site, a Redcore avisa que o código usado no navegador é do projeto Chromium, assim eles não quebraram nenhuma patente ou propriedade intelectual do Google, simplesmente “inovaram por ficar nos ombros de gigantes”, nas palavras do sócio de Chen, em um discurso totalmente diferente do material publicado originalmente em seu site.

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