Emanuel Laguna 13 anos e meio atrás
Há quinze anos, tive o meu primeiro contato com a internet: o PC pioneiro em casa era um 486 e o fax/modem dele rastejava a 2.400 bits por segundo (ou ~0,3 KiB/s). Uma velocidade até respeitável, considerando que, àquela época, a interface gráfica do BBS era puro texto.
Sinceramente, eu não sabia o que havia de tão especial naquele texto todo subindo no Windows 3.1 ou nos barulhos esquisitos de telefone vindos daquele PC, até porque eu não sabia distingüir aquele bocado de texto, do BBS, dos trabalhos de meu pai em programação (Cobol e Fortran). Pareciam a mesmíssima coisa, até eu ser apresentado a um shareware do Wolfenstein 3D.
Para mim, um moleque fascinado com o Atari e o Master System (Super Nintendo e Mega Drive só na locadora), aquilo era coisa de outro mundo, afinal o PC apenas se resumia à Paciência e Campo Minado, dois joguinhos que nunca me interessaram e pouco se distingüiam do que eu era acostumado a jogar até então.
Àquela época eu nunca havia visto um jogo tridimensional e, ainda por cima, “transportado” por outro meio diferente que não fossem os inúmeros disquetes emprestados.
Depois do Wolf3D, vieram outros sharewares, não só de jogos, mas de outros programas, sempre com a mesma expectativa: tinhamos que esperar mais de uma hora para que um arquivo com 1,39 MiB (geralmente comprimido em ARJ) chegasse ao destino, um HD com “fartos” 220 MB, e funcionasse, claro.
Quantas vezes o download não chegava a falhar lá pelos 99%? E em quantas o modem simplesmente “caía”, o telefone tocava e o que atendíamos era um chiado horrível? Foram tantas as emoções, bixo…
Hoje, os downloads não são tão emocionantes, principalmente para quem tem uma boa conexão de acesso à internê: você simplesmente procura o conteúdo que quer no Google (ou outra ferramenta de busca), encontra os arquivos desejados numa bonita página de downloads, ora num servidor próprio, ora num Rapidshare da vida, e, dependendo do tamanho do arquivo, não dá tempo nem de tomar um banho venezuelaño, pois o arquivo solicitado já está em seu HD, pronto para o uso, seja ele qual for.
E tudo isso começou em 29 de outubro de 1969, com o estabelecimento dos dois primeiros nós do que hoje conhecemos como a internet, essa enorme teia, essa enorme rede global de computadores interconectados:
Naquele dia, um computador, do curso de Engenharia e Ciência Aplicada da Universidade de Los Angeles, foi programado para acessar, remotamente, um dos computadores do Stanford Research Institute, na cidade de Menlo Park.
Para tanto, o sistema tinha que enviar uma simples mensagem codificada, através de um modem com o tamanho próximo a um gabinete full-ATX, ao modem idêntico instalado no destino: a mensagem era “login”, mas a ligação caiu depois das duas primeiras letras e o acesso remoto não foi possível logo na primeira tentativa.
Lógico que, a partir da segunda e bem sucedida tentativa naquele mesmo dia, aquela primitiva rede de computadores, pertencente à ARPAnet, conseguiu enviar mais do que uma simples palavra codificada, afinal, se tal rede não pudesse fazer mais do que isso, não seríamos hoje mais de 1 bilhão de internautas no mundo, acessando 1 trilhão de páginas virtuais.
E tal popularidade da internê se deu graças à outros marcos, também dignos de serem comemorados ao longo desses 40 anos, colocados pelo Cony Sturm, do FayerWayer:
Agora eu lhes pergunto, caros leitores do MeioBit, que novidades teríamos na internê quando ela completar os 80 anos?
Façam suas apostas, pois o futuro é dela, a internet. Ou não, caso o mundo acabe logo em 2012.
Fontes: Mashable, PC World, FayerWayer, Yahoo!, ABC News e Telegraph.