Emanuel Laguna 7 anos atrás
O tio Laguna não teve a oportunidade de ver o Independence Day original no cinema: era o começo do segundo semestre letivo e digamos que não tinha ido bem nas notas no primeiro. O jeito foi esperar até sair o VHS maroto. No telão, o Independence Day deve ter sido um filmaço, mas no VHS me parecia um filme B chichêzão divertidíssimo. Divertido o suficiente para influenciar tantos outros filmes-desastres que vieram depois.
O filme de 1996 tinha efeitos especiais no estado da arte (na época), um orçamento de respeito, roteiro mastigadinho e um elenco razoavelmente memorável. Não à toa se pagou em casa e rendeu mais de 800 milhões de dólares em bilheteria. Uma Hollywood sem muitas ideias resolveu considerar uma continuação e 15 anos depois começaram com o projeto.
Assim temos Independence Day: O Ressurgimento, lançado pela FOX exatamente 20 anos depois do lançamento do Independence Day original. E com alguns dos mesmos atores, além do mesmo diretor Roland Emmerich.
O Ressurgimento
O enredo de Independence Day: O Ressurgimento é uma continuação bem direta de Independence Day, situada também 20 anos depois deste. Trata-se portanto de um mundo alternativo situado em 2016, onde o inimigo comum, a civilização alienígena que queria colonizar o planeta Terra, conseguiu unir todas as nações, erradicar a fome e miséria… tudo bonito.
Mais bonita ainda é a tecnologia alienígena que os militares saquearam: graças à engenharia reversa feita nas enormes naves derrubadas em 1996, a humanidade tem poder de fogo quase semelhante ao dos alienígenas e consegue explorar tanto a Lua quanto o Sistema Solar. Tudo isso em apenas 20 anos. Em teoria, a humanidade estava preparada para um novo ataque.
Infelizmente, para o azar dos humanos, o retorno dos aliens vem numa escala bem maior que em 1996.
Atenção: leves spoilers abaixo.
Jeff Goldblum e Bill Pullman reprisam os mesmos papéis de ID4 em Independence Day: O Ressurgimento (crédito: Collider)
O mundo comemora os 20 anos da Guerra de 1996 com um grande evento norte-americano em plena Washington reconstruída, mas uma sonda alienígena suspeita surge na base Lunar. Apesar do protesto de David Levinson (Jeff Goldblum), a presidenta Hillary Clinton Lanford (Sela Ward) vota à favor do ataque.
O ex-presidente Whitmore (Bill Pullman) sempre foi atormentado pelas visões dos alienígenas voltando ao planeta. E o mesmo acontece com Dikembe Umbutu (Deobia Oparei), um chefe tribal congolês que chegou a enfrentar aliens em solo na Guerra de 1996. Aliás, seria mais interessante um filme sobre essa batalha africana contra os alienígenas mas divago.
Voltando ao assunto, quando Jake Morrison (Liam Hemsworth) e seu amigo Charlie Ritter (Travis Tope) investigam a tal sonda alienígena abatida na Lua, aí sim vem a ameaça real à humanidade: uma nave-mãe maior que nosso satélite natural, vindo em direção à Terra. Quem disse que nossas defesas kibadas dos alienígenas dariam conta de uma trosobona dessas?
A sorte é que essa nave-mãe só quer o núcleo quente da Terra, então pousa calmamente sobre o Oceano Atlântico e, como uma plataforma de petróleo pré-sal, vai em busca de um de seus objetivos. O outro é pegar a bola Eve de Wall-E, basicamente A Esfera feita pela Apple alienígena do bem que estava na sonda abatida e agora está na Área 51.
A Área 51, antes secreta, agora é o Quartel General de Defesa Espacial da Terra, com direito a prisioneiros de guerra alienígenas e um hospital militar, onde o Dr Brakish Okun (Brent Spiner) dormia por 20 anos, em coma. Com a aproximação da nave-mãe este acorda a tempo de defender a Esfera. Em vários sentidos.
Quem vai atrás da Esfera é ninguém menos que o Jaeger do mal pilotado pela rainha alienígena. Esta consegue o que quer, mas por algum motivo maluco e não-explicado persegue o ônibus pilotado pelo escritor Julius Levinson (Judd Hirsch).
Fim dos spoilers.
Considerações
Independence Day: O Ressurgimento é um filme divertido, mas bem menos que o anterior. O tio Laguna acha que o novo filme tem mais minutos que o anterior, mas não: o velho e bom ID4 tem 20 minutos a mais e parece durar menos. A culpa?
Talvez roteiristas e novos personagens (rasos) demais, inclusive um dos 4 roteiristas é personagem aleatório ali. Ainda bem que o Will Smith não participou: seria apenas mais um ator/personagem sub-aproveitado que aumentaria fortemente o orçamento. Senti muito a falta da Mae Whitman como a Patricia Whitmore, achei que a substituta Maika Monroe não fez jus ao papel.
Enquanto o original era divertidamente forçado e exagerado, O Ressurgimento consegue amplificar isso. Até demais: se no ID4 a guerra com os aliens durava alguns dias, aqui é em bem menos de um. Não chega a ser um desastre de filme, mas a pressa foi a maior inimiga e deixou um bom produto meio cru.
Veredito
3 de 5 Rain Lao (Angelababy).