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WWDC 2014: iOS 8 chega em breve com diversas novidades

iOS 8 traz uma série de funcionalidades, algumas delas importadas do Android e apps de terceiros para atrair consumidores da plataforma rival

10 anos atrás

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Na tarde de ontem, entre as novidades apresentadas pela Apple no keynote de abertura da WWDC, estava o esperado iOS 8, a mais nova versão de seu sistema mobile. Entre as novidades está a esperada possibilidade de utilizar teclados de terceiros, além de maior integração com o Mac e algumas coisas emprestadas do Android.

Mais uma vez, o VP de engenharia de software Craig Federighi ficou a cargo de demonstrar as novidades do sistema (na verdade ontem foi o dia dele). Visualmente o iOS 8 não mudou nada mas tal como o diabo, as novidades estão nos detalhes. Fora a grande integração do sistema com o Mac OS X 10.10 Yosemite, as mudanças são mais sutis, buscando facilitar ainda mais a interação do usuário com a plataforma móvel.

Por exemplo, a área de multitarefa ganhou mais funções. Além de exibir todos os apps que estão abertos, ela passará a mostrar seus contatos favoritos como forma de agilizar a comunicação. Ao usuário bastará fazer um toque para fazer uma ligação, mandar uma mensagem, abrir uma videoconferência via FaceTime e etc. Esta é uma forma interessante de aprimoramento do iOS 8, entretanto, por mais que a Apple afirme que é original e as outras só a copiam, no fundo o novo sistema absorveu várias funções de apps concorrentes e as tornou nativas.

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Por exemplo, o novo app de Mensagens possibilitará enviar mensagens de áudio e vídeo, além de permitir a criação de salas de chat e por fim, determinar se a mensagem é permanente ou se desaparecerá após alguns segundos. Pois é, WhatsApp e Snapchat num só pacote. Agora vejamos o app de e-mail. Com um deslizar para o lado você poderá marcar suas mensagens da forma como achar melhor, exatamente como já é possível com o Mailbox. Os teclados também foram aprimorados. Sem querer me alongar muito pois o Matheus já falou tudo, mesmo que tenha demorado bastante a possibilidade do iOS contar com um teclado a lá SwiftKey nativamente é bem-vinda. E claro, finalmente haverá possibilidade de utilizar soluções de terceiros, como o Swype e o próprio SwiftKey.

Outra coisa importada, desta vez do Android: widgets. Embora muita gente odeie esse tipo de aplicação, a Apple viu utilidade neles mas de forma limitada: você não vai entuchar a Área de Trabalho do iPad com inúmeros ícones de relógio, clima e afins: todos eles ficarão devidamente escondidos na Área de Notificações. Você poderá ou não ativar um widget quando instalar um app, o sistema perguntará a você se deseja fazê-lo. Portanto, se você não quiser notificações em tempo real, é só não instalar. Ainda sobre as notificações, elas agora deixam de ser apenas um aviso e passam a executar ações: mesmo com a tela bloqueada, um toque permitirá ao usuário responder a uma menção no Twitter, enviar uma mensagem, entre outras funções. E novamente, isso já estava presente no Android.

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O aplicativo de fotos agora estará integrado permanentemente à nuvem, ligado ao iCloud Drive (lembrando, 5 GB iniciais). A partir do iOS 8, qualquer foto que você tirar será automaticamente armazenada e disponibilizada em todos os seus dispositivos. Novas ferramentas de edição serão disponibilizadas, além da possibilidade de adicionar filtros (Instagram quem?). O app câmera também teve uma nova adição: vídeos em time-lapse.

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Já para quem estava ansioso pelo tal iWatch, a Apple jogou um balde de água fria ao anunciar o Health, o novo app de monitoramento dos sinais vitais. Todas as informações vitais do usuário serão armazenadas e controladas por ele, e uma nova API será disponibilizada para os desenvolvedores trabalharem com seus próprios gadgets. Ou seja, quem possui dispositivos como a Nike+ Fuelband poderá em breve contar com o suporte ao Health através de aplicativos futuros, atualizados para trabalhar na nova plataforma e repassar os dados coletados ao Health. Além disso, o app foi desenvolvido em conjunto com a Mayo Clinic, uma das instituições clínicas mais respeitadas dos Estados Unidos, e conta desde já com um suporte clínico de primeira linha:

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A ideia do Health é que no futuro o contato entre o atleta e o médico seja encurtado, permitindo que seus sinais vitais sejam monitorados em tempo real. Em uma realidade mais próxima, um médico pode utilizar os dados coletados pelo Health como um pré-exame, para facilitar o diagnóstico. Outras novidades são novas ferramentas para controle familiar, Siri mais inteligente (suporte a 22 idiomas, ativação por voz, reconhecimento de músicas via Shazam), suporte a calendário lunar na China e etc.

O iOS 8 já está disponível para desenvolvedores. Os usuários finais poderão por as mãos no sistema durante o outono do hemisfério norte, obviamente sendo lançado junto com o OS X Yosemite, devido suas funções de integração. E mostrando mais uma vez que pós-venda para a Apple é coisa séria, eis os dispositivos que serão atualizados:

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Previsivelmente o iPhone 4 ficou de fora (ele é a única baixa), mas ainda assim resistiu a incríveis QUATRO ANOS. O iPad 2, lançado há 37 meses receberá o update. Enquanto isso, o Android e o Windows Phone só garantem suporte por 18 meses.

Falando em Android, mesmo que a Apple seja acusada de copiar o adversário (e é verdade), há um motivo para isso. O CEO Tim Cook mencionou que no último ano, 130 milhões de pessoas que adquiriam o iPhone o fizeram pela primeira vez, e muitos deles vinham do Android. Cook novamente fez pouco do robozinho, dizendo que esses consumidores compraram aparelhos com o sistema do Google "por engano", procurando uma experiência de uso que só poderiam encontrar no iOS (há controvérsias, mas divago). Cook não mencionou que o Android responde por 70% do mercado de smartphones, mas destacou o domínio do robozinho em outro campo:

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A estratégia da Apple é tornar o iOS mais familiar ao Android para cooptar justamente estes usuários insatisfeitos, com recursos similares que já utilizam em seus atuais aparelhos e oferecendo a experiência de uso mágica e perfeita do iOS. Quando a parceria entre a Apple e a operadora China Mobile foi fechada por exemplo, muitos consumidores migraram do Android para o iOS sem pensar duas vezes. O mesmo aconteceu no Japão, quando a NTT DoCoMo finalmente passou a vender iPhones.

Portanto, mesmo que muita gente não goste a Apple vê a absorção de recursos do concorrente e de apps de terceiros como uma estratégia para atrair novos consumidores e centralizar o uso de funções em sua própria plataforma. E se esse plano der certo é o que se seguirá: um copiando o outro.

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