Rodrigo Ghedin 12 anos atrás
Tudo na nuvem é a palavra de ordem na indústria. O mesmo vale para música e, nessa, são os players mais novinhos, nascidos com essa mentalidade, que roubam a cena.
O Spotify estreou nos Estados Unidos semana passada com estardalhaço. Antes disponível apenas em alguns países europeus, o serviço é provavelmente o ápice da integração entre música e nuvem no estado atual. É bonito, tem um acervo monstruoso (15 milhões de faixas!), multiplataforma e opção gratuita — com severas limitações, é verdade.
Você notou, no parágrafo anterior, que há restrições geográficas para a sua utilização e, para variar, o Brasil não está no seleto grupo de países suportados. Por outro lado, o Spotify só faz valer a localização do seu IP na hora do cadastro, de modo que, como ensina o Gizmodo, basta usar um proxy qualquer, como o Hide My Ass, para criar sua conta. Depois, baixe o aplicativo e seja feliz — sem gambiarras, sem transtornos.
Existem três tipos de contas no Spotify: gratuita, Unlimited e Premium. A gratuita restringe o tempo de música a 20h, tem propaganda (banners e trechos de áudio no meio da "programação") e carece de muitas vantagens, como acesso offline e em plataformas móveis. A Unlimited (US$ 5) tem como principal vantagem o streaming ilimitado, além da remoção dos anúncios. A Premium traz todos os benefícios anteriores, mais acesso offline, qualidade de áudio superior e sincronia com Android e iOS.
Planos do Spotify.
Diferente de outras soluções de música na nuvem, como Grooveshark e Cantio!, o Spotify possui um belíssimo cliente desktop, com versões para Windows e Mac OS X. É bem feito e lembra o iTunes, mas mais bonito e funciona — como comentei no Twitter, é o que o iTunes sempre sonhou em ser.
De cara, sem precisar recorrer a plugins, o Spotify permite conectar a sua conta com Facebook (amigos/recomendações) e Last.fm (scrobbling). Existe um campo de busca no topo que dá acesso ao gigantesco acervo do serviço — que inclui, para felicidade geral da nação, um punhado de músicas brasileiras. No centro ficam as faixas, à esquerda os controles/áreas principais do software.
E... bem, o Spotify funciona aqui, independente de proxies ou outra gambiarra qualquer. E como funciona bem, muito bem! As músicas tocam com boa qualidade (e podem ficar ainda melhor na conta Premium), dá para montar playlists e, de quebra, ele não descarta sua coletânea de MP3: na primeira inicialização o programa vasculha pastas de músicas e integra as que encontra à biblioteca.
Direto ao ponto? Pela conta Premium, dá para abandonar quaisquer outros serviços ou até mesmo a compra de arquivos digitais em prol do Spotify. São US$ 10/mês em troca de milhões de músicas em alta qualidade, disponibilidade praticamente universal e um sistema redondinho.