Ticiano Sampaio 12 anos atrás
A relação do Facebook com a Apple sempre foi... digamos... bastante peculiar. A empresa de Zuckerberg se recusou, por algum tempo, a desenvolver um app de acesso à sua rede social para o iPad.
Pelo menos esse era o posicionamento oficial até ser descoberto, recentemente, que o tal app já vem sendo trabalhado há um ano.
Há informações de que a Apple não teria o Twitter como primeira escolha para integração com o iOS 5. O novo sistema operacional para iPhone e iPad teria sido inicialmente pensado para se integrar com o Facebook, mas problemas na negociação entre as empresas teriam feito a Apple mudar de rumo e abraçar o Twitter.
O ponto central dessa questão é que, enquanto a Apple mantém um ecossistema rigidamente verticalizado, através do qual exerce total controle sobre a sua plataforma, Zuckerberg parece ver nessa verticalização um obstáculo para a expansão de seus negócios rumo aos sistemas móveis. Até mesmo com a Google, que tem no Android um sistema mais aberto, já teriam ocorrido desentendimentos que fizeram com que a sincronização nativa com o Facebook fosse eliminada do Gingerbread. O clima entre as grandes empresas é de acirramento nas disputas e, ao contrário das outras duas, a de Zuckerberg não possui a sua própria plataforma para dispositivos móveis.
Qual a estratégia do Facebook, então, para ganhar espaço num mercado tão relevante como o da mobilidade, onde a disputa é acirrada e sua empresa não consegue entendimento com as companhias responsáveis pelas duas maiores plataformas? Ao que parece, a resposta para esse questionamento vem através do Project Spartan que, conforme se comenta nos veículos especializados, é o plano do Facebook para conquistar espaço dentro do ecossistema da Apple sem se submeter ao domínio da empresa de Jobs sobre a App Store.
Para levar a termo seu plano espartano de batalha, Zuckerberg estaria juntando exércitos com Zynga e com outras empresas que já trabalham com apps para o Facebook para, a partir de um ambiente criado inteiramente em HTML5, disponibilizar, através do Safari, apps bem adaptados para as interfaces do iPhone e do iPad sem precisar passar pelo crivo da Apple. Ademais, o sistema de créditos do Facebook poderá funcionalizar para a comercialização de apps e até para compras in-app, criando uma verdadeira app store paralela, na qual a Apple fica excluída de qualquer controle ou da participação nos lucros. This is Sparta!
O projeto não é confirmado oficialmente pela empresa. Trata-se, por enquanto, de um rumor. Se for confirmado, irá deixar o clima de disputa entre as empresas ainda mais tenso. Por outro lado, a proposta de basear tudo em web apps tem lá suas limitações. A extrema dependência da manutenção do fluxo de dados em condições ideais para usar qualquer dos apps é uma delas. Não sabemos como os usuários irão encarar a proposta de pagar pelo uso de apps que podem deixar até mesmo de carregar em virtude das intempéries da conexão de dados.
Fonte: TechCrunch.