Ticiano Sampaio 12 anos atrás
O Android é um sistema aberto e livre e isso pode se apresentar, obviamente, como uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo em que oferece liberdade de personalização do sistema ao usuário e cria uma efervescente comunidade de desenvolvimento, essa abertura pode dar ensejo a eventuais ações mal intencionadas, que precisam ser detectadas e bloqueadas de forma rápida e efetiva.
No mais recente episódio, percebeu-se que um distribuidor havia retirado 21 apps do Android Market, inserido um exploit em seus códigos e, depois, reenviado tais aplicativos. A parte mais assustadora da coisa é que até 200 mil downloads podem ter sido feitos antes da detecção do problema.
O malware inserido nos códigos desses apps é visto como o mais perigoso já surgido, a ponto do pessoal do Android Police apelidá-lo de "mother of all Android malware". Segundo a análise que fizeram dos códigos, o referido malware pode roubar praticamente todas as informações sobre o seu aparelho: IMEI, IMSI, ID do produto, modelo, operadora utilizada, idioma, país e ID de usuário. Como se não bastasse, o código contém a possibilidade de se atualizar e baixar sozinho novas "funções" para si, aumentando exponencialmente a ameaça. Dessa forma, é impossível prever o que mais o dito pode fazer caso não seja barrado a tempo. As possibilidades são quase infinitas.
Após avisada da ameaça, a Google levou menos de cinco minutos para constatar o problema, remover os aplicativos do Android Market e desinstalá-los remotamente dos aparelhos que haviam feito download das versões infectadas. Mesmo com a agilidade do movimento, é possível que códigos maliciosos extras possam ter entrado pela backdoor aberta na infecção sem que tenham sido removidos na desinstalação.
A lista dos apps infectados, todos de um publisher chamado "Myournet", segue abaixo.
É possível acompanhar uma discussão sobre o caso nesse tópico do Droidforums.
Fonte: Androidpolice.