Ticiano Sampaio 12 anos atrás
Depois do barulho provocado pelo anúncio do preço e do pequeno inconveniente com o Flash Player, mais uma pedra surge no caminho do Motorola Xoom. Agora o problema vai ser discutido judicialmente. Uma empresa chamada Xoom, dedicada a transferência de valores online, acusa a Motorola de fazer uso não autorizado de sua marca registrada.
A empresa tem sede em San Francisco, na Califórnia, e opera desde 2003, tendo registrado a marca apenas em 2004, conforme a ação apresentada ao tribunal. Segundo a companhia, a Motorola utilizou seu nome para "confundir e ludibriar" os consumidores, tendo em vista que o domínio Xoom.com funciona há vários anos e é conhecido em vários países.
Um fato interessante é que o registro da marca Xoom pela Motorola havia sido indeferido em 2010 em virtude da semelhança com a pré-existente Zoom Technologies, de Boston. A liberação veio após um diálogo entre as empresas. Por outro lado, ninguém atentou para a existência de uma outra companhia que chamava-se exatamente Xoom.
É óbvio que a alegação de que a Motorola é beneficiada pelo uso indevido do seu tão poderoso nome não passa de uma bravata da Xoom. A publicidade do tablet não colherá frutos de tal coincidência. Os prejuízos para a empresa de transferências, por outro lado, são claros. No exato momento em que eu estou publicando esse texto eles estão descendo mais um degrau nos resultados dos mecanismos de busca.
É curiosa também essa postura sorrateira de esperar na tocaia o produto ser lançado para só então tomar alguma providência. O tablet da Motorola vem sendo comentado há bastante tempo e desde o início foi chamado de Xoom. Não é intrigante que só agora apareça o dono do tal nome? Esse tipo de movimento ganha contornos de oportunismo. Talvez a empresa tenha vislumbrado ganhar mais com um processo após o lançamento do produto do que numa eventual negociação prévia a respeito do nome, como a Apple fez com a Cisco a respeito do iPhone.