Carlos Cardoso 12 anos atrás
Lembra do desenho do Pica-Pau com o Puxa-Frango, um robô criado por um cientista maluco para depenar galinhas? Pois é, a visão dos roteiristas de 1961 não estava muito errada, robôs já fazem parte do dia-a-dia de alguns grandes frigoríficos.
Não é algo fácil, cortar carne é uma arte, como Ivo Pitanguy e Dexter podem comprovar. Máquinas não lindam bem com variações em seu ambiente, robôs industriais não são muito flexíveis nesse sentido. Por isso mesmo o HAMDAS-R, robô desossador de pernil da Mayekawa é tão impressionante. Processa até 500 pernis por hora, ou 125 porcos. Assumindo que não há porcos mutantes ou aleijados no meio.
Veja o processo:
O legal é que usam um mínimo de cortes, o método usado é de enfraquecer os ligamentos entre o osso e a carne, e no final puxar.
Fascinante é que a profundidade dos cortes varia de peça para peça, cada uma com um tamanho próprio. O robô cuida de tudo, bem mais rápido que um açougueiro.
O uso de robôs para esse tipo de processamento de alimentos é bem vantajoso. Sem contato com humanos as chances de contaminação da carne são menores. O robô pode ser desinfectado no final do dia e em casos extremos pode funcionar em uma atmosfera anaeróbica, péssima para a maioria dos microorganismos.
Claro, o custo esse tipo de máquina é muito alto e a manutenção deve ser um pesadelo. Ela faz sentido em países onde a mão-de-obra semi-especializada é cara e o preço final do produto compensa o investimento.
Tipo o Japão.
Filosoficamente, termino percebendo que a 1a Lei da Robótica não vale para porcos.