Estúdio Brasil 2010 – Primeiro Dia

Estamos em São Paulo, capital do Estado, para a cobertura do maior congresso da America Latina sobre fotografia de estúdio. O Estúdio Brasil, organizado pela Editora Photos e com o apoio de diversas empresas voltadas a fotografia, está sendo realizado no Memorial da América Latina, um local bacana e cheio de prédios interessantes para se fotografar, mas totalmente fora de mão se você pretende fazer a cobertura on line de um evento. É quase impossível encontrar uma tomada para carregar a bateria do notebook e o Auditório, gigantesco e muito confortável, não tem uma sala de imprensa. Se eu fosse o arquiteto de algo tão grande eu pensaria que alguns eventos internacionais poderiam ser realizados no local.

Ao chegar no auditório a entrada foi tranqüila e o credenciamento foi feito rapidamente. O kit entregue aos participantes poderia servir de exemplo para muito evento chique que já participei. Ótimo material e uma caneta muito bacana, sem falar do crachá muito legal que vai para a coleção de congressos. Dois apontamentos interessantes antes de falarmos das palestras do primeiro dia. O primeiro é que tem muita gente participando. Fiquei espantado com a quantidade. O auditório ficou lotado e muitos tiveram que ficar nos corredores. O segundo apontamento é que, fazendo um comparativo visual, metade dos participantes devem ser mulheres. O mundo da fotografia está está sendo invadido pelo lado feminino, e eu acho isso muito bacana.

A primeira palestra do dia, depois de algum atraso por conta da organização, foi de Aleksandar Srdic, que apesar de aparentar ser muito jovem, já possui vários editoriais de moda publicados em várias revistas do país. O rapaz falou para os participantes justamente sobre isso, como é montar um editorial de moda e catálogos de moda. Depois de todos os apontamentos teóricos, o fotógrafo chamou cinco modelos ao palco e mostrou de maneira prática como fotografar editoriais. Embora tenha sido uma aula muito legal, o rapaz ainda é jovem e não desenvolveu uma metodologia efetiva para se comunicar em público. Também senti falta de uma explicação mais apurada sobre os esquemas de luz usados, afinal de contas estamos em um congresso que fala de estúdio fotográfico.

A segunda palestra do dia foi do mestre Thales Trigo. Essa é a segunda vez que vejo o fotógrafo ministrando uma palestra e dessa vez ele veio falar sobre equipamento fotográfico digital. Muita informação bacana sobre várias questões que permeiam nossos equipamentos fotográficos e que não fazemos a mínima idéia que existem. Aqui ficamos sabendo que o digital não fica devendo nada para o filme fotográfico, quantidade de tons por canal de cor, a importância e utilidade do histograma e a relação entre o tamanho do sensor e as lentes. Acho que o palestrante nem teve como falar tudo que tinha planejado, pois as questões do público foram inúmeras.

A terceira palestra, e a que mais gostei até agora, foi de Claudio Feijó, que veio falar sobre a Luz como Poesia. Nada de equipamento, nada de técnica, vamos falar sobre a fotografia como história, poesia e principalmente, a linguagem fotográfica e sua relação com as emoções. Difícil encontrar alguém que trate a fotografia como poesia, principalmente em um congresso voltado para o lado técnico. Uma bem vinda surpresa.

E por último, mas não menos importante, tivemos Tony Genérico, que veio ministrar a palestra “Revelando Segredos Profissionais”. O que tivemos aqui foi uma completa aula de como fazer fotografia de produtos em estúdio, Mas, o mais bacana é que não foi utilizado nenhum esquema mirabolante de iluminação. Foram mostradas soluções simples e com resultados impressionantes. Mais um palestrante que o público não deixou sair na hora certa.

O primeiro dia foi muito bacana e pelo andar da carruagem os dois próximos dias vão ser bem melhores. Amanhã teremos as atrações internacionais e vamos falar também dos vários estandes dos patrocinadores. Muita coisa bacana em exposição na entrada do auditório.