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5 motivos para não entregar o arquivo RAW para seus clientes

Quando trabalhamos com fotografia, uma regra de ouro é não entregar os arquivos RAW. Veja 5 motivos para essa prática.

6 anos atrás

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Antes da fotografia digital uma das regras não escritas da profissão de fotógrafo era que você não entregava os negativos para seus clientes. Nós vivíamos de vender cópias de fotos, e entregar a fonte dessas cópias não era algo saudável para seu negócio. Qualquer convidado de um evento que quisesse a sua foto teria que procurar o fotógrafo e comprar uma cópia. Hoje os manés da fotografia digital entregam as imagens em JPEG em alta resolução para o cliente sem vender nenhuma cópia em papel. Na época do filme, depois de cinco anos passados do evento, entrávamos em contato com os clientes e tentamos vender os negativos (era a última apertada de sumo da laranja). Se não houvesse o interesse pela compra os negativos eram descartados.

Hoje ainda temos arquivos negativos em nossa profissão. Os arquivos RAW. Sei que tem muita gente que não usa esse formato para fotografar (não sei como conseguem), mas quem usa também tem a regra de ouro de não entregar esses arquivos. E são motivos completamente diferentes do negativo para não entregar esses arquivos. O fotógrafo Jamie Windsor levantou 5 motivos para você não entregar os arquivos RAW para seus clientes. Vamos dar uma olhada.

1 — Seus clientes não sabem o que é um arquivo RAW — sim, isso é verdade. Eles acham que a sua câmera fotografa da mesma maneira que o celular que eles possuem, onde a foto já sai pronta. Quantas vezes me pediram o arquivo sem edição para que o serviço chegasse mais rápido. Porém, os arquivos RAW não são imagens. São apenas dados brutos. Algumas versões do Windows conseguem mostrar essas imagens no visualizador, mas o normal é que elas nem sejam reconhecidas pelo sistema operacional. São necessários softwares específicos para sua manipulação.

2 — Arquivos RAW são enormes — sim, muito grandes. A D7100 da Nikon produz arquivos com 25 MB em média. Um evento com 1.500 fotos (um que fiz esse fim de semana) está com 32 GB de tamanho. Imaginem passar essa quantidade de dados para o cliente.

3 — Arquivos RAW estão inacabados — quando você fotografa em JPEG a câmera já faz uma série de ajustes automáticos em sua imagem antes de aplicar a compressão e transformar o resultado final em JPEG. Algumas imagens em JPEG podem ser utilizadas assim que saem da câmera. No arquivo RAW isso não acontece. Todos os ajustes básicos devem ser aplicados na hora da edição. Por isso que visualizar o arquivo RAW assim que saiu da câmera pode ser uma experiência visual um pouco frustrante. Ou seja, é uma foto que ainda não foi acabada, e a edição da imagem também faz parte da visão do fotógrafo para aquela imagem.

4 — Pode ser perigoso para sua reputação — entregar um arquivo RAW para um cliente é pedir para ter dor de cabeça. Ele pode tentar editar ele mesmo as fotos ou contratar outra pessoa para fazer a edição. Isso pode acarretar danos irreparáveis à sua reputação. Sabemos que mesmo entregando o JPEG finalizado alguns vão jogar no Instagram e colocar um filtro horripilante ou qualquer tipo de efeito igualmente horroroso que outros aplicativos para celular possuem, mas nesse caso eu costumo dar uma puxada de orelha no cliente e essa situação já consta em meu contrato.

5 — As pessoas são egoístas — mesmo que um dia você entregue os arquivos RAW com a condição de não serem compartilhados, pode acreditar que as pessoas esquecem os acordos e querem mostrar as fotos para amigos e parentes. Então, como não é possível confiar em alguns, é melhor não confiar em ninguém.


Jamie Windsor — Should you give clients RAW files?

Fonte: DIY Photography.

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