Carlos Cardoso 12 anos e meio atrás
Osvaldo Barbosa, MC MS Brasil apresenta o Internet Explorer 9
Muitos anos atrás a Internet era do Netscape. O navegador tinha virtuais 100% de Mercado. O Internet Explorer era um arremedo de browser que ninguém nem sabia que existia.
Aí entrou em campo a arrogância. O Netscape parou de evoluir, tentou concentrar seus esforços em servidores, que era onde achavam que estava o dinheiro. Com isso o Explorer veio comendo pelas beiradas, lançou sua primeira versão decente, a 4, e passou a distribuí-la com o Windows. Isso facilitou a vida dos usuários, pois quem não tinha, instalava. No lugar do Netscape, que basicamente morreu. O Explorer chegou ao mesmo domínio de praticamente 100% do Mercado. O navegador cresceu um pouco, melhorou cada vez menos, empacou na versão 6 e dela nunca mais saiu.
Sem concorrência o Explorer parou de evoluir.
O Explorer se tornou um navegador odiado por webdevelopers, heavy users, blogueiros e qualquer um que não tenha entrado na Internet por cota de inclusão digital. O Firefox, surgido das cinzas do Netscape logo virou “A”alternativa, pegando desprevinida uma Microsoft que ainda engatinhava no mundo online. Era inconcebível para a empresa de Redmond que um produto que detinha 90% do Mercado NÃO ditasse os padrões, mas no mundo Web é assim.
Assumindo a posiçào pragmática de quem não vive de mesada e precisa pagar contas, a Microsoft decidiu que se o povo quer Padrões, terá padrões. Depois de muito tempo de preparação, reaprendendo a escrever browsers, lançaram o IE8, um bom passo no Caminho e 784 vezes melhor que o famigerado IE6.
Agora lançaram o IE9, com padrões, que o povo gosta mas com todos os estudos de dinâmica de uso, comportamento dos usuários e desempenho que só empresas muitao grandes conseguem fazer.
A guerra dos browsers acaba de se tornar mais interessante, como não era faz tempo.
A filosofia, explicada na apresentação para a imprensa blogada é: “O navegador é o teatro, não a peça”. A Microsoft criou o Explorer Nove dando ênfase no conteúdo. A área útil aumentou, os menus e botõs diminuiram, a barra de busca sumiu e se integrou à barra de endereços. Quem tem netbook percebe o ganho na hora.
A interface está muito limpa, fruto de uma exaustiva (devem trabalhar de pé) pesquisa. Por exemplo: 50% dos usuários não fazem mais de 12 ações no navegador. Menos de 1/3 abriram favoritos, 1/4 clicaram no home, 15% usaram ctrl+click pra nova tab, 7% usaram recurso de apagar o histórico de navegação.
Recursos pouco utilizados só servem para poluir a interface.
A aposta na Aceleração Gráfica por Hardware também é uma aposta ousada. Normalmente a Microsoft se prende ao menor denominador comum, mas agora anuncia explicitamente suporte a um recurso antes considerado top. Foi uma boa decisão, tanto que a concorrência está seguindo pelo mesmo caminho.
Sobre o IE9, conseguimos apurar durante o evento:
Suporte Mínimo: Windows Vista
Suporte a Extensões: A ser anunciado, mas é pule de dez.
VersãoBeta: Disponível em 33 idiomas
Upgrade: Será manual E posteriormente via Windows Update
Entre os vários recursos, gostei muito do Supervisor de Desempenho, que verifica os add-ons que estão comendo tempo na inicialização, e dá opção de remover na hora:
É possível arrastar pelo Favicon um site para a barra de tarefas do Windows 7, criando algo muito mais complexo que um simples atalho. Se o site estiver preparado, o ícone muda do explorer pro Favicon, que passa a aparecer no topo, ao lado do botão back.As cores do navegador mudam para uma palheta semelhante ao ícone. Mais: O dono do site pode acrescentar conteúdo ao menu do ícone, na taskbar do Windows. Clica-se com o botão direito e tem-se uma lista de opções de acesso rápido. Pense o MeioBit com uma opção para ir direto ao form de nova mensagem do fórum. ANTES de abrir o navegador.
O gerenciador de downloads também melhorou, mas achei uma falha que para mim é grave:
Ele não mostra a velocidade do download. É irrelevante para o usuário médio, mas eu gosto de saber de tudo.
Em termos de velocidade o IE9 está fazendo bonito. Não é um monstro de mais rápido do que a concorrência (maldito Jobs que patenteou o Campo de Distorção da Realidade) mas está longe de se arrastar. Dizem que a engine Javascript, codinome Chakra foi escrita do zero e consome 50% dos recursos da anterior.
Conclusão: Eu acho que pega. O IE9 se livrou do ranço do IE6, a aposta de transformar sites em canais locais, integrando-os ao Windows é muito boa. Dá um grau de personalização inédito E simples de implementar. O IE9 vai mudar o mundo? Não, isso é pretensão do Opera. O IE9 é um navegador decente, aderente a padrões, com bom uso do espaço de tela e que no mínimo vale uma experimentada. Mais do mesmo? Pode até ser, mas é uma senhora evolução, considerando que qualquer pessoal racional prefere assitir o vídeo da concepção da filha do Serra a usar o IE6.
Imagino que a maioria dos heavy users vai gostar da objetividade ao mesmo dempo que desgostará da falta de recursos aparente, os usuários normais gostarão por ser bem mais limpo, o Opera consultará o Jurídico e ouviremos um “Argh” do pessoal que se recusará a testar o IE9 por ter definido sua opinião com o IE6, mas não há antídoto para atitudes idiotas.
O IE9 está disponível para download no Baixatudo ou em www.internetexplorer9.com.br