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SS Symbian vs Androidberg

Android ameaça seriamente o reinado da Nokia, e a história mostra que as ações da finlandesa para conter esse avanço não são exatamente corretas...

14 anos atrás

Nick Jones (Não é parente do Dick Jones) é Vice-Presidente do Gartner Group, analista de mercado mobile e com background de desenvolvedor. Jones fez algumas observações sobre o estado do Symbian, e seu artigo convence que a situação é preocupante.

Numericamente o Gartner detectou que a queda do marketshare do Symbian vem aumentando rapidamente.

Um dos principais fatores é a abundância (adoro escrever abundância) de celulares Android no mercado. Muitos funcionam como iPhone de Pobre (ok, menos macfag, Android de Pobre) e atendem uma faixa de consumidores que estão fora do alcance da Apple, mas desejam algo além dos seus celulares não muito smart.

Lembrem-se, o HTC,Motorola topo de linha compete com o iPhone (e efetivamente comeu parte do MS da Apple) mas não afetava os Nokias. Já os Androids mais baunilhas ficam na faixa de preço dos Es e Ns da vida e proporcionam uma experiência de uso muito mais agradável. YES, Nokia, um celular Linux consegue ser mais amigável que o Symbian. #prontofalei

Nick pesquisou os sites da Nokia e as comunidades de desenvolvimento da Symbian Foundation, e viu algo que não agradou: Aparentemente a Nokia acredita tanto em sua posição incontestável de Número 1, que continua agindo como se não existisse concorrência. Os roadmaps do Symbian são ridículos, as propostas são basicamente técnicas. Melhoria no WIFI, políticas de áudio, HDMI, melhor multitasking e tudo mais que não interessa ao consumidor final, como a Apple e o Android tão bem demonstraram.

O Symbian^3 seria a versão intermediária, cheia de melhorias e que virá com o (pelo menos teoricamente) maravilhoso Nokia N8, mas não se anime, SDK pra ele só em Outubro de 2010. Já o Symbian^4, que seria o verdadeiro sucessor está previsto para o primeiro trimestre de 2011. Isso mesmo, vão lançar um SO em Outubro e outro no começo do ano.

Vendo o mockup do Symbian^4 só é possível uma reação: "meh".

Como Nick Jones bem diz, o projeto é evolucionário, não revolucionário, a Nokia não está investindo em ousadia. Faz o mesmo caminho do N95 e do N900, enchem os celulares de recursos, mas não se preocupam em os integrar. O N95 tinha acelerômetros antes do iPhone, mas levou mais de um ano até sair driver pra eles.

No artigo ele chega a propor que a Nokia crie competição interna, mais de um grupo desenvolvendo propostas de interface, ou mesmo um concurso, US$1 milhão para quem apresentar a idéia mais revolucionária. Pode parecer desespero, e é. A Nokia é líder por causa de seus telefones convencionais, não por causa dos smartphones. Sempre disse que a diferença do Windows Mobile pro Symbian é que o WM é primeiro PDA, segundo celular. Já o Symbian é o contrário. Na época em que recursos eram escassos, isso era uma vantagem. Hoje é uma deficiência.

Modelos de smartphones uma época eram contados nos dedos de presidentes latino-americanos, hoje mesmo tirando os xing-lings, há centenas de opções. No mercado brasileiro vende-se o chamado "messenger phone", com acesso a MSN e faz sucesso com a molecada. Como é um Messenger Phone? É um celular com recursos iguais ou até superiores ao venerável Nokia E62.

O market share da Nokia está sendo comido, não pelas beiradas mas de cima para baixo e de dentro pra fora. Nick Jones acha que estão rearrumando as cadeiras do deck do Titanic enquanto o iceberg se aproxima. Eu sou otimista, acho que estão arrumando as cadeiras do deck do Hindenburg, pode haver salvação.

A Nokia e o Symbian tem uma base de fãs extremamente fiel, mesmo quando (como no meu caso) abandonam a plataforma continuam gostando da empresa e desejando seu sucesso. Os funcionários também vestem a camisa, são realmente entusiasmados. Se alguém de fora entrar, bater pé e mostrar que o mundo não gira mais em torno deles, são capazes de produzir algo maravilhoso e revolucionário.

Do contrário é capaz de lançarem um Nokia com Android, como a Palm, ao lançar um smartphone Windows Mobile. E o resto é História.

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