Rodrigo Ghedin 14 anos atrás
O Blippy, não bastasse sua polêmica e controversa proposta, continua dando o que falar. Após o vazamento dos números dos cartões de crédito de quatro usuários, a empresa soltou um comunicado à imprensa explicando o ocorrido (reprodução do texto no TechCrunch).
Resumindo, o problema ocorreu porque os dados crus das transações realizadas pelos usuários, que constam nos cartões de crédito e são filtrados na hora de gerar as páginas no Blippy, continuam aparecendo no código-fonte, que o Google (e qualquer xereta) enxerga. Na maioria esmagadora dos casos, esses dados crus não contêm informações perigosas, mas calhou de, em alguns casos, os números dos cartões de crédito aparecerem e serem capturados pelos robôs do maior buscador do mundo.
Numa ação rápida, a equipe do Blippy corrigiu a falha e entrou em contato com o Google para remover as informações sensíveis do cache. A ação foi boa, mas o comunicado e declarações do CEO do Blippy são controversas. Enquanto no comunicado diz-se que o ocorrido foi "muito menos ruim do que parece", Ashvin Kumar, o cara que manda no Blippy, declarou ao TechCrunch, após a ocorrência de mais um vazamento de número de cartão, que "cinco contas é muito, qualquer coisa diferente de zero é inaceitável".
Essa é a parte ruim dos últimos dias do Blippy. A primeira, digo. A boa é que, em meio a esse furacão, com a pior coisa que poderia acontecer ao serviço tornando-se realidade, a startup recebeu investimentos na casa dos US$ 11,2 milhões e, de quebra, ainda fez sua primeira aparição no The New York Times.
Quando tudo parecia estar voltando à normalidade, inclusive com a mídia elogiando a transparência do Blippy durante a crise, a grande evidência que o site teve nos últimos dias, positiva e negativa, causou outro problema: lentidão. Nessa, usuários assustados com os casos de vazamento que queriam remover seus cartões ou mesmo excluir suas contas, viram-se incapacitados de fazê-lo, o que gerou uma grande onda de reclamações no Twitter (uma busca por "blippy delete" revela algumas delas).
Após toda essa tempestade, um grande turbilhão de altos e baixos, parece que as coisas se acalmaram a ponto de rolar uma retrospectiva misturada com planos futuros no (reformulado; abandonaram o posterous 🙁 ) blog do Blippy. Além de sabermos que, no total, oito usuários foram afetados, e de todas as resoluções e medidas tomadas para contornar a crise, está lá, também, o plano para melhorar o cuidado com a privacidade dos usuários, área especialmente necessária ao Blippy pela natureza do negócio. Duas medidas se destacam:
O primeiro encontro, o primeiro salário, o primeiro carro, a primeira crise... Coisas que ninguém esquece. No geral, entre mortos e feridos, aparentemente o Blippy conseguiu sair bem da sua primeira vez, do primeiro grande problema a ser contornado. Resta saber se, mesmo com toda essa desenvoltura, quão grande foi o impacto dos recentes eventos na imagem da empresa. O tempo, como (quase) sempre, nos dirá.