Emanuel Laguna 13 anos atrás
Após seis meses de muita expectativa, finalmente a nVidia apresenta, de forma oficial, suas GPUs dedicadas com total suporte ao DirectX 11 (incluindo Direct Compute e, pasmem, Tessellation via hardware). Foi durante a PAX East, uma convenção de entretenimento eletrônico que reuniu gamers de todos os tipos em Boston, neste final de semana.
A GeForce GTX480 é a single-GPU dedicada mais complexa já litografada: são 3,2 bilhões de transístores de 40 nm, numa área de aproximadamente 530 mm², o que a torna um dos maiores chips já comercializados, também em consumo e dissipação térmica, com um TDP de 250 W, algo bem próximo ao limite certificado pelo padrão PCI-Express 2.0 (300 watts).
Tais números só possuem significado ao vermos as demonstrações de raytracing em tempo real, renderizando belos carros esportivos virtuais em diversos cenários fotorrealísticos.
Entre uma exibição e outra dessas belas demos, Drew Henry, o porta-voz da companhia, afirmou que a GeForce GTX480 oferece um desempenho 2,5 vezes melhor que a GeForce GTX285, a single-GPU mais poderosa da linha anterior.
Outro porta-voz da empresa, Bryan Del Rizzo, situou a GeForce 11 como o principal componente da estratégia da nVidia, em assegurar que o PC seja a melhor opção para os jogadores hardcore que estejam em busca de constante evolução gráfica, aspecto que anda um tanto “estagnado” com o ‘prolongamento’ da atual sétima geração de consoles.
Del Rizzo também demonstrou um forte concorrente ao Eyefinity: o nVidia 3D Vision Surround, que além de suportar a visão panorâmica em três monitores, o pode fazê-lo com perspectiva estereoscópica, mantendo uma aceitável taxa de fotogramas por segundo nos atuais 450 títulos que ele afirma serem compatíveis com tal recurso.
Só para sentir o drama do 3D Vision Surround, com relação ao altíssimo custo de processamento gráfico para exibí-lo, em toda a sua glória: cada fotograma deve ser renderizado seis vezes, sendo uma vez para cada olho, em cada uma das três telas.
E tudo isso pelo precinho camarada de 499 dólares, pelas placas com GeForce GTX480, e US$ 349 pelas GTX470.
No hardware gráfico dessas duas novas GPUs teremos que considerar a seguinte situação: o GF100 originalmente litografado possui 512 CUDA cores (unidades de processamento em fluxo gráfico unificado).
Como os yields da TSMC rendem pouco menos de metade dos chips funcionais em 40 nm, com tal tamanho (530 mm², contra 334 mm² do Cypress XT/Radeon HD 5870 concorrente), a nVidia optou por selecionar aqueles com 480 CUDA cores e constituir as GeForce GTX480. Isso influenciou toda a linha GeForce 11 e, assim, os novos hardwares gráficos high-end da nVidia têm as seguintes especificações:
Outra vantagem, sobre a série anterior, será que a GeForce 11 terá novos hardwares mid e low-end, derivados diretamente da microarquitetura Gráficos Fermi 100, não tratando-se apenas de versões renomeadas dos hardwares anteriores.
Enquanto o GF100 constituirá as GeForce GTX480/470, o GF104 (basicamente um GF100 “cortado ao meio”, mantendo muitas TMUs e ROPs) dará origem à três novos processadores gráficos dedicados mainstream/mid-end (as freqüências de operação ainda não foram oficialmente divulgadas) no final deste semestre:
Os preços variarão entre US$ 230 (GTS 450) a US$ 160 (GTS 430), para concorrer contra as Radeon HD 57x0.
Mas ainda haverão faixas de preços menores (até para tentar bater de frente contra as Radeon HD 5670, 55x0 e 5450), proporcionados pelas GF106 e GF108, cujas especificações não foram anunciadas durante a PAX East e terão lançamento previsto para o começo do próximo semestre.
Se seguíssemos o raciocínio da GF104 (que é “metade” da GF100), o GF106 seria ‘metade’ do hardware do GF104 (ou um quarto do GF100) e o GF108 talvez já seja a versão ultra-low-end (um oitavo do GF100?), que poderia ser até componente integrado num chipset futuro da nVidia para placas-mãe. Isso se a Intel permitisse…
Bom, todas essas especificações apresentadas pela nVidia não significariam muito se não tivéssemos como compará-las com seus concorrentes diretos da AMD+ATi, oriundos do Cypress: Cypress Pro, Cypress XT e Hemlock XT. Apenas recapitulando suas características, já conhecidas há mais de seis meses:
Agora vejamos o desempenho de todas essas cinco belezinhas em “Tessellation, tion”:
Podemos notar, no benchmark realizado pelo Tom's Hardware, que o desempenho da GeForce GTX480 em Tessellation é melhor que o da Radeon HD 5970 em situações mais extremas, apesar de quando o Tessellation não for tão exigido, a 5970 vence a GTX480 por boa margem.
Vejamos agora como tais placas, aceleradoras de gráficos tridimensionais, comportam-se em outras situações extremas (cliquem nas figuras a seguir para obter mais testes):
Nos casos acima, vemos que a Radeon HD 5970 faz jus aos 630 obamas, mas a GeForce GTX480 não ficou tão atrás, custando apenas US$ 130 a menos. O porém dos preços relativamente atraentes da nVidia é o seguinte: a linha completa da AMD+ATi (em GPUs DX11) já está no mercado desde o ano passado.
Como as GPUs da AMD+ATi tiveram boas vendas e são bem menos complexas para serem litografadas em 40nm, a empresa pode se dar ao luxo de baixar os preços, principalmente do segmento high-end, no qual a nVidia oferecerá suas GPUs primeiro.
Mas, enquanto isso, a AMD+ATi pode ir lucrando com os segmentos mid e low-end, onde concorrerá com produtos antigos da nVidia, e tais tiers representam a fatia mais lucrativa do mercado, afinal, a maioria dos jogadores não pensam somente em gráficos fotorrealistas…
Alguém aí esperará pelos novos produtos da nVidia ou aguardará os mais novos da AMD+ATi?
Seja como for, o tio Laguna acha que sobreviverá com uma velha e boa Sapphire HD 3850 (64SP 320 ALU 16 TMU 16 ROP @668 MHz 512 MiB 1,66 GHz-GDDR3 256 bits). Só não sabe por quanto tempo.