Carlos Cardoso 13 anos atrás
O Android está sendo um excelente experimento, a adoção por parte dos fabricante está sendo boa, mesmo com o Google cometendo alguns erros primários, como o lançamento de um aparelho de marca própria. (isso desagradou muita gente)
Os celulares disponíveis com Android vão do medíocre ao excelente, o Motorola que o Nick Ellis está usando é tão bom que o fez desistir do iPhone. E ainda falam que a macfagagem é um caminho sem volta.
Aparentemente tudo está dando certo para o Google, certo?
Mais ou menos. A Motorola por exemplo acaba de anunciar um acordo com a Microsoft; irá incluir os serviços Bing em seu novo smartphone a ser vendido no mercado chinês. Podem fazer isso? Claro, o telefone é deles, o sistema operacional é open source. O Google não pode fazer absolutamente nada.
Pior; o Google não ganha nada com o Android, a idéia de geração de receita é estimular o uso dos serviços online da empresa, como Mapas e Busca. Ao fazer um acordo como esse a Microsoft tirou o leitinho da boca do Sergey. Lembrem-se, o Windows Mobile Phone tem custo de licenciamento, então mesmo que você compre um aparelho WM apenas para o Stallman quebrar, a Microsoft já terá faturado uns caraminguás.
Se o futuro estiver mesmo na Nuvem como todos acreditam, produzir um sistema operacional mobile open source que sequer amortize seus custos deixa de ser algo atraente e se torna uma despesa a mais, você está a mercê da concorrência que pode perfeitamente produzir serviços agregados MAIS atraentes que os seus.
Por quanto tempo o Google continuará investindo no Android se o Bing ou o Yahoo(caso ressuscite) se tornarem majoritários?
Talvez o lançamento do Nexus One seja uma espécie de Plano B, para garantir uma renda real e ao mesmo tempo se tornar uma plataforma de referência, uma forma de apresentar uma versão kosher do Android.
Do jeito que está o Google tem um sistema operacional mobile bem-sucedido (o que é estrategicamente crucial) mas o fato de ser open source adicionou uma camada de complexidade. Para dar dinheiro o sistema tem que ser bom e os SERVIÇOS do Google tem que apresentar igualmente qualidade. Só isso garante que uma Motorola não mude as aplicações para o pacote Bing.
Então o modelo Open Source não presta para sistemas operacionais mobile?
Outro dia um freetard sofrendo de alucinações colocou em um mapa de aplicações o Open Source como a metodologia dominante no mercado mobile (usando o Symbian como argumento, como se ele tivesse conquistado seu share já open). Não é preciso delirar assim. Basta seguir os blogs de tecnologia, é fato que Androids NÃO são openmokos e tuxphones. Funcionam bem, vendem bem.
A questão estratégica é que dado o modelo de monetização indireto do sistema operacional mobile open source, quem se aventurar tem que ser competente não em uma, mas em duas áreas de expertise: SO E Serviços. Quem entrar achando que open source significa mão-de-obra gratuita descobrirá que o modelo é MUITO mais cruel e darwinista do que imaginam.
Claro, apesar das evidências fotográficas o Google não é uma quitanda, então a menos que façam algo muito errado, ainda veremos por muito tempo o único robô que parece mais uma lata de lixo do que o R2D2. A menos que a maior praga que atinge projetos Open Source, a fragmentação de versões não seja resolvida, e rápido.