Ronaldo Gogoni 5 anos atrás
Houve uma época em que a Microsoft via o Open Source como uma real ameaça. Boa parte da internet roda em aplicações do tipo e isso costumava prejudicar seus negócios, ao ponto do então CEO Steve Ballmer dizer que a comunidade Linux era composta por um bando de comunistas e um ano depois, classificou o sistema como "um câncer que contamina toda a propriedade intelectual que toca".
O tempo passou, Satya Nadella assumiu o comando de Redmond e desde então as coisas mudaram: sua estratégia "Microsoft como um Serviço" visa oferecer seus produtos para o maior número de clientes e plataformas possíveis, não importando se rodem em sistemas anteriormente concorrentes e isso inclui investir pesado em Open Source. Através do slogan "Microsoft ❤ Linux", a empresa mantém um relacionamento de mútuo benefício com a plataforma contribuindo com linhas de código, suporte e software, desde entrar para o projeto Eclipse a liberar o SQL Server e o Skype. Dizem que o Office também chegará ao pinguim, um dia.
Uma das medidas foi desenvolver uma distro Linux de grande porte, a Azure Cloud Switch voltada a administração de infraestrutura corporativa, não só oferecendo um produto próprio como mantendo toda a filosofia Open Source intocada, trabalhando junto e não contra. Outro setor que a empresa está de olho há algum tempo é o da Internet das Coisas, e já andou brincando com ele apresentando iniciativas próprias como oferecer suporte gratuito do Windows 10 IoT ao Raspberry Pi e fazer o pequeno computador rodar um sistema especialista de IA sem auxílio da nuvem.
No entanto há a questão da segurança: com uma série de dispositivos domésticos dotados de microcontroladores, é plenamente possível que hackers ataquem os gadgets desprotegidos (seja pela imprudência do usuário ou pela incompetência dos fabricantes em prover sistemas sólidos) e os utilizem como um exército de bots. Isso inclusive aconteceu em 2016, quando o malware Mirai utilizou milhões de zumbis para coordenar um ataque DDoS massivo a um dos maiores servidores da internet.
É onde a Microsoft entra com seu novo produto, o Microsoft Azure Sphere que é composto por entre outras coisas uma distribuição Linux dedicada, o Azure Sphere OS.
A plataforma é composta de três partes:
Antes que alguém pergunte: NÃO, a Microsoft não pretende posicionar o Azure Sphere OS como uma distribuição de uso por usuários finais, logo 2018 ainda não será o Ano do Linux no Desktop. A Microsoft vai aplicar o Azure Sphere em infraestruturas de grande porte, médio e pequeno porte e suporta inclusive outras plataformas como Amazon AWS e Google Cloud, oferecendo ferramentas de migração simples para potenciais clientes.
Segundo o presidente Brad Smith, a Microsoft pretende capturar uma parte dos cerca de 9 bilhões de dispositvos IoT que serão enviados às lojas em 2018, de lâmpadas a termostatos, alto-falantes, brinquedos e dispositivos de vigilância e segurança domésticas, entre outros e provar que sua solução é eficiente e eficar para prover qualidade e proteção à Internet das Coisas, com a marca de qualidade da plataforma Azure.
Fonte: ExtremeTech.