Carlos Cardoso 6 anos atrás
No texto O Efeito Streisand e os supostos nudes da Marcela Temer eu expliquei sobre o Efeito Streisand, quando a cantora processou um fotógrafo para que ele retirasse do ar uma foto de sua casa. A foto tinha sido baixada 6 vezes, era parte de um conjunto de 12 mil imagens da costa da Califórnia, documentando erosão. Depois que o caso se tornou público em um mês a foto tinha 420 mil downloads.
A melhor forma de divulgar algo na internet é tentar proibir. É uma lição que, aparentemente ninguém que não tenha se tornado conhecido por causa da internet consegue entender. Incluindo aí Vladmir Putin.
O Ministério da Justiça russo mantém atualizada uma lista de material proibido, que a mídia e provedores de internet devem remover, por ser considerado material subversivo, extremista. O item nº 4.071 da lista é descrito como:
“uma foto de uma pessoa parecida com Putin, com olhos e lábios maquiados, legendada com um palavrão anti-gay, sugerindo ‘a suposta orientação sexual não-convencional do presidente da Federação Russa’.”
O autor da montagem, ainda desconhecido foi condenado à revelia e a pena é tratamento psiquiátrico compulsório. Enquanto isso quem endoidou foi a internet, as pessoas estão compartilhando uma penca de imagens de Putin como um palhaço gay, inclusive a grande mídia russa entrou na brincadeira, para desespero das autoridades.
O ocidente, que também não vale nada foi atrás, Stephen Colbert tratou do caso no Late Show, com direito a uma animação exclusiva que não lhe garantirá muitos favores de Moscou:
A lição é simples: deixa quieto. A internet tem a capacidade de atenção de um peixinho dourado com Alzheimer, em 24 h arrumam outra coisa pra se entreter, a única forma de prolongar esse tipo de zoeira é dar atenção, mostrar que está funcionando. Se o Putin quisesse acabar com a brincadeira mais rápido ainda era só aparecer segurando a imagem, isso seria tóxico pra quem a fez tentando ofender.
Claro, não vai acontecer.
Fonte: The Washington Post.