Carlos Cardoso 6 anos e meio atrás
Você já se perguntou por qual motivo dirigimos na faixa da direita e voltamos pela da esquerda? Ou por que parafusos são dextrogiros e não levogiros, ou por que sou pedante a ponto de usar esses termos? Existem convenções universais que poderiam ser completamente diferentes e fariam sentido do mesmo jeito.
Nossos teclados QWERTY são assim porque eram a melhor forma de evitar que as teclas das máquinas de escrever se emaranhassem, mas é um formato que não é mais eficiente que um DVORAK ou qualquer outro das dezenas de padrões existentes e esquecidos.
O Trommelwähler é um excelente exemplo de tecnologia em sua infância, com vários padrões disputando a supremacia. Originalmente telefones não eram “discáveis”, você falava com uma telefonista e ela te conectava com quem você queria falar. Quando as linhas começaram a se popularizar isso se tornou inviável, e foi inventado o sistema automático de discagem. O próximo passo era decidir a interface. O disco venceu, mas entre várias alternativas havia o Trommelwähler, desenvolvido pela Siemens nos anos 50.
Em vez de um disco, os números ficavam em um cilindro:
Não há nenhuma vantagem ou desvantagem gritante em relação ao cilindro, no máximo o Trommmewhatever ocupa mais espaço.
Há uma ótima cena sobre isso em Encontro com Rama, de Arthur Clarke. O astronauta encontra uma óbvia escotilha na nave alienígena, tenta girar e ela está travada. Ele pára por um momento, se lembra que os alienígenas de forma alguma precisam obedecer as normas de nossos parafusos e saca-rolhas. Gira ao contrário, e a porta abre.
Fonte: Laughing Squid.