Carlos Cardoso 6 anos atrás
Oclusão Venosa de Retina é uma condição súbita e perigosa, na qual um coágulo interrompe o fluxo sanguíneo na principal veia do olho ou em um dos vasos auxiliares: isso leva a cegueira súbita, perda de visão parcial e outros problemas.
O tratamento envolve meses de injeções no olho para reduzir os efeitos do coágulo, mas a oclusão em si não podia ser tratada, por uma questão de escala. Um vaso sanguíneo no olho tem espessura de 0,1 mm; nenhum cirurgião consegue operar nessa escala. Muito menos manter a agulha firme por 10 minutos, tempo necessário para aplicar o medicamento.
Quer dizer, nenhum cirurgião humano. Isso não fez com que os pesquisadores da Katholieke Universiteit Leuven, da Bélgica desistissem. Pelo contrário, começaram a pesquisar como ensinar um robô a realizar o procedimento.
Controlado por um cirurgião, o robô reduz os movimentos da mão do médico em uma escala de 10x, eliminando ao mesmo tempo vibrações e movimentos exagerados. Na ponta do cateter, uma micro-agulha de 0,03 mm de espessura, fina o bastante para penetrar em um dos microvasos da retina, sem danificá-lo.
Com a agulha em posição, o robô assume o controle e cuida para compensar qualquer movimentação, garantindo que a agulha fique no lugar e nada seja danificado. O médico pode então se preocupar só com a aplicação do medicamento antitrombótico.
A Oclusão Venosa de Retina afeta 16,4 milhões de pessoas em todo o mundo: na Bélgica, o tratamento convencional custa 32 mil euros por olho. O robô irá baratear enormemente isso.
A próxima fase da pesquisa é acompanhar o paciente que foi operado dia 12 de janeiro, o primeiro a usar o robô. Se o prognóstico for tão bom quanto se espera, não levará muito tempo até o robô estar disponivel em um monte de clínicas.
Fonte: KU Leuven.