Emanuel Laguna 6 anos atrás
Em uma empolgante palestra na CES 2017 o CEO da nVidia Jen-Hsun Huang fez diversos anúncios de produtos, serviços e até futuras tecnologias da camaleão verde de Santa Clara. As palavras-chave foram inteligência artificial.
Só que antes de entrar com tudo na IA, a palestra começou agradando os gamers que adoram compartilhar gameplays nas redes sociais.
Huang apresentou uma parceria entre a nVidia e a rede social do Mark Zuckerberg. Tal parceria traz a tecnologia de captura de gameplay em vídeo, a GeForce Experience, para o Facebook Live. Imagine aí você recebendo curtidas da família por se safar de alguma horda de alienígenas hostis em Mass Effect: Andromeda.
Se bem que não é toda família que tem console ou mesmo um PC para rodar os jogos mais novos. Com o objetivo (beeem desafiador) de atingir aquele bilhão de gamers que não possuem computadores capazes de rodar os jogos mais recentes, a nVidia trouxe o GeForce Now (anteriormente conhecido como nVidia Grid) para os PCs.
Funciona assim: via streaming você tem acesso a uma super máquina gamer da nVidia capaz de rodar jogos das diversas lojas digitais, como Steam, Origin, Battle.net, GOG, Uplay e grande elenco.
Não parece novidade (OnLive RIP, hail PlayStation Now) mas a intenção do Jen-Hsun Huang é fornecer aos jogadores acesso ao vasto catálogo das lojas digitais de games para PCs — com as configurações gráficas no máximo — sem precisar de um computador topo de linha. Basta pagar 25 dólares por 20 horas de jogatina.
Uma forma mais econômica (US$ 199) de jogar alguns desses games localmente é através do novo nVidia Shield. A nova versão do console Android da empresa, que já tinha um catálogo bem interessante de jogos multiplataforma, pode trabalhar com o GeForce Now na mesma resolução 1080p a 60 fps dos games que rodam na máquina, desde que você possua uma boa conexão. E conexão melhor ainda será necessária para curtir Netflix e Amazon Prime em 4K com HDR.
Com a ajuda do Google, a camaleão verde de Santa Clara pretende reinventar a TV com o nVidia Spot. Esse nVidia Spot é basicamente um Amazon Echo com o Assistente Google para TV. Coloque vários nVidia Spots pela casa para controlar por voz sua própria Internet das Coisas. Parece que a intenção é o Spot em si ser mais barato que o concorrente, mas você tem que ter o novo Shield como hub central.
O novo Shield será portanto o centro da nVidia Home AI, mas a inteligência artificial da casa não será tão inteligente quanto a dos carros do futuro. Evoluindo o Drive PX2, agora temos o nVidia Xavier.
O Xavier é um supercomputador de bordo, com oito núcleos de processamento central ARM 64 bits e mais 512 núcleos gráficos CUDA da arquitetura Volta. Tal computador de bordo é simplesmente capaz de aprender a dirigir, reconhecendo cada pedestre na rua.
Alguns fabricantes de autopeças como a Bosch adotarão a plataforma nVidia Drive, mas a montadora Audi é ainda mais ambiciosa: em 2020 quer colocar nas ruas Audis com Categoria 4 de autonomia. Ou seja: o carro teria condições de dirigir totalmente sozinho, exceto naquelas situações extremas. Uma concorrente, a BMW, já era bem otimista prometendo algo assim em 2021.
No momento, o que temos nos atuais carros autônomos é uma espécie de co-piloto virtual. E a nVidia tratou de lançar uma plataforma de inteligência artificial focada em auxiliar o teimoso motorista humano.
Trata-se do nVidia AI Co-Pilot, um assistente virtual que ajuda o motorista a evitar ficar distraído enquanto dirige. Esse co-piloto virtual faz o reconhecimento facial para determinar o humor do motorista, determina para onde o humano está a olhar e inclusive faz leitura labial para identificar possíveis destinos. E o AI Co-Pilot até critica sobre o modo como estamos dirigindo. HAL-9000 feelings.
Tudo isso para evitar que percamos tempo. Ou mesmo nossas vidas na estrada. Isso se tivermos dinheiro suficiente para comprar um carro de luxo com essas mordomias.