Carlos Cardoso 6 anos atrás
Em Iron Man 3 Tony Stark foi operado por um especialista chinês, o melhor do mundo em sua área. Em The Martian a participação chinesa foi muito mais destacada do que no livro. Transformers e Vingadores 2 tiveram boa parte acontecendo na China. Aí vem o Tumblr e diz que a escolha da Tilda Swinton foi racismo de Hollywood.
No Super-Trunfo da Opressão subitamente representatividade feminina perde importância pois orientais são mais oprimidos (aonde?). Só que a troca do Ancião de um tibetano genérico para uma mulher ocidental foi TUDO menos opressão. Foi feito para agradar orientais, mais precisamente a China, que tem sérios problemas com o Tibet, e não gostariam de uma figura Dalai-Lamesca ganhando destaque.
Essa é a realidade: a China hoje tem dinheiro a rodo, e quem quiser brincar tem que aceitar as regras dos donos da bola. E do play. E do prédio. E do bairro.
Parte dessas regras envolvem não mencionar o massacre na Praça Tianamen, Dalai-Lama é um criminoso e Taiwan não é China, mas é China, e o relacionamento é… complicado.
O Google, e outros serviços de buscas, omite resultados que não são aprovados pelo governo chinês, que mantém um exército de 2 milhões de censores controlando a internet, incluindo redes sociais, onde posts desaparecem, mensagens SMS com palavras-chave proibidas não são recebidas, etc. Você sabe, o pacote-1984 padrão.
A bola da vez é o XiaoIce, um bot de conversação que a Microsoft lançou na China em 2014. São 40 milhões de usuários e o governo de olho nas respostas. Para que não seja acusada de promover dissidência e subversão, a Microsoft programou o bot para desconversar rapidamente qualquer provocação.
Perguntado sobre o presidente da China, o bot desconversa dizendo que se responder o usuário vai fazer um screenshot.
Já se o massacre da praça Tianamen é mencionado por data, o bot chega ao ponto de sugerir que o usuário é subversivo, mas não será denunciado.
É feio? É, mas é a regra dos caras. Em um mundo ideal os defensores da Liberdade boicotariam a China por essas atitudes. Na prática não vivemos sem nossos smartphones baratinhos e pendrives de brinde.
Fonte: CNN.