Carlos Cardoso 6 anos e meio atrás
Elon Musk fez tudo certo. Ao distanciar a Tesla dos ecochatos que viraram sinônimo de donos de Prius (estou olhando pra você, Brian) e focando em desempenho, seus carros se distanciaram de boa parte das críticas comuns a carros elétricos. A estratégia de criar um modo Supercharger de carga rápida também foi excelente, e a cereja do bolo foi dar isso de graça para os usuários.
Só que todas as coias boas um dia chegam ao fim.
Não há como dourar a pílula. Elon Musk perde dinheiro, bastante dinheiro com as 705 estações e 4.359 pontos de recarga espalhados pelo mundo. São 705 terrenos que a Tesla comprou ou alugou, 705 contas de luz bem altas, 705 locais para dar manutenção.
Imagine se a Ford compra uma rede de postos de gasolina e começa a abastecer seus carros de graça.
Com a futura entrada de mais de 400 mil Teslas 3 no mercado, a brincadeira ficaria cara demais, então a boca-livre acabou. Todos os Teslas comprados depois de 1/1/2017 não terão mais Supercharger de graça.
Ou melhor, terão, mas limitados a 400 kWh por ano, o suficiente para andar uns 1.200 km. Depois disso você se quiser usar o Supercharger, terá que pagar. Diz a Tesla que o valor será “menor do que um tanque de gasolina”.
Os carros existentes, comprados durante a gratuidade do serviço, continuarão sem pagar até o fim de suas vidas. Mesmo que você venda o Tesla, a gratuidade é transferida.
A idéia não é ganhar milhões vendendo eletricidade, a Tesla deixou claro que quer perder menos dinheiro, para poder criar mais e mais postos de carga. Faz sentido, o Supercharger é uma comodidade, afinal ao contrário da gasolina você pode carregar seu Tesla na tomada de casa.