Ronaldo Gogoni 6 anos e meio atrás
A Samsung está provando o gosto amargo do fracasso após um erro primário afetar boa parte dos Galaxy Note7 despachados para o mercado, com resultados explosivos (literalmente). Os informes de acidentes estão chegando de toda parte, e os resultados se refletiram diretamente nas ações da companhia sul-coreana, que perdeu rios de dinheiro de um dia para o outro.
Agora que Inês é morta e o Note7 está irremediavelmente condenado, analistas acreditam que a empresa se verá na obrigação de apressar o lançamento do S8 para ao menos tentar conter maiores danos financeiros.
O Note7 tinha tudo para ser um excelente smartphone, o crème de la crème das soluções Samsung (que conseguiu com o S7 finalmente enxugar o TouchWiz e torna-lo funcional) e o mais poderoso Android disponível, mas o erro na linha de produção que comprometeu as baterias de pelo menos 2,5 milhões de dispositivos (e não 1,6 milhão como anteriormente reportado) pôs tudo a perder. As diversas ocorrências de explosões pelo mundo afora já causaram danos de milhares de dólares a imóveis e veículos. Para piorar a situação, uma criança de seis anos se feriu ao manusear o foblet e este detonar em suas mãos (EDIT: confirme informado nos comentários, foi um Galaxy Core Prime).
A Samsung deu início a um recall forçado, já que não deseja que pessoas se machuquem ou propriedades sejam danificadas, o que mancharia ainda mais a reputação da companhia. O grande problema é que para os acionistas o "Batterygate" não passou impune, o FUD se instalou e os resultados foram avassaladores.
Koh Dong-Jin, presidente da divisão mobile da Samsung se curva ao pedir desculpas pelos problemas do Galaxy Note7, durante coletiva de imprensa realizada no dia 02/09 em Seul
O recall e o congelamento das vendas do Note7 repercutiu muito mal, suas ações chegaram a cair 6,9% e a Samsung perdeu impressionantes US$ 26 bilhões em valor de mercado. O receio dos investidores é justificável, não se sabe quantos mais aparelhos poderão explodir e não há uma previsão de quando as vendas serão retomadas. Ainda ontem as ações voltaram a subir, mas o estrago já estava feito e muito dificilmente alguém se arriscará a comprar um Note7, mesmo os livres do defeito estando identificados.
Analistas acreditam que a Samsung não tem muitas opções para tentar remediar a situação e salvar um ano que tinha tudo para ser perfeito, e uma delas seria inevitalmente apressar o lançamento do Galaxy S8. A companhia da Pior Coreia normalmente realiza dois eventos Unpacked por ano, onde revela seus tops de linha das linhas S e Note e dando um espaço tradicional de seis meses entre eles. Normalmente o S8 daria as caras na MWC 2017, que será realizada em Barcelona entre os dias 27 de fevereiro e 02 de março (o evento seria marcado no primeiro dia da feira), mas é possível que os planos mudem.
O que poderia acontecer: é muito difícil que a Samsung consiga finalizar o S8 às pressas com medo de que outros problemas ocorram, portanto as chances dele ser lançado ainda em 2016 tendem a zero. Por outro lado, é possível que o anúncio do seu próximo smartphone premium seja adiantado para a CES 2017, que será realizada entre os dias 05 e 08 de janeiro. Segundo informações iniciais que andaram vazando aqui e ali o Galaxy S8 viria com um display 4K, o futuro SoC Snapdragon 830 da Qualcomm e suporte integral a RV, entre outras coisas.
Claro que tudo isso não passa de especulações de analistas, mas dado o estrago que o Batterygate do Galaxy Note7 fez na Samsung é seguro afirmar que a empresa já está se mexendo para recuperar suas finanças e mais importante, sua imagem.
Fonte: SamMobile.