Carlos Cardoso 7 anos atrás
A internet tem uma capacidade imensa de ceder ao totalitarismo, e do pior tipo, do que é totalitário baseado em boas intenções. É muito simples combater idéias totalitárias quando elas são impopulares, “morte aos judeus” é algo que a maioria das pessoas considera uma idéia abjeta, mas “morte aos pedófilos” não é tão simples para muita gente se mostrar moralmente contra.
Infelizmente a internet não aceita tons de cinza, tudo aqui é absoluto, preto e branco, bom ou mau. Sites que utilizam mão-de-obra mal-treinada e regras absolutas acabam abusando dessas regras. É o caso do YouTube, onde segundos de uma música popular bastam para ter seu vídeo banido, vídeos do Holocausto são banidos por “conter nudez” mas cenas de sexo explícito das mais explícitas são ok, se marcadas na rubrica “saúde e educação”.
O alvo da vez são… nazistas.
Ou mais precisamente, o Forgotten Weapons, um canal do YouTube especializado em história de armas raras e peculiares. São 273 mil assinantes, material de qualidade e nenhum favoritismo, resenham armas dos mais variados países e períodos históricos, mas para o YouTube isso é… ofensivo.
Como você pode reparar o canal usa um padrão no Thumbnail: a arma, a logo do canal, o nome da arma e a bandeira do país. Só que o YouTube começou a encrencar e banir os vídeos que tratavam sobre armas da Alemanha nazista por causa da suástica na bandeira.
Existem milhares de motivos para não gostar de nazistas, a maioria deles válidos, outros nem tanto (a Indústria do Tabaco odiava por terem sido o primeiro país a comprovar cientificamente a relação entre fumo e câncer) mas apagar da existência um símbolo não faz com que o mal que ele representa desapareça.
Banir suásticas em manifestações políticas faz sentido? Eu entendo na Alemanha, que tem motivos bem válidos. No resto do mundo sou contra, até por ser uma forma bem simples de identificar idiotas radicais, mas nem a Alemanha bane suásticas em contextos históricos.
O YouTube, que só com muita pressão vence a má-vontade e apaga vídeos de vítimas do ISIS sendo degoladas, o YouTube que acha perfeitamente válido deixar no ar vídeos de depilações íntimas, por “motivo educacional” não aceita e proíbe um canal de usar uma bandeira em um contexto absolutamente histórico e ZERO político?
O dono do canal acabou fazendo um outro vídeo para explicar o caso. O que gerou um tsunami de chorume nos comentários, de gente contra e a favor.
O YouTube acha que vai criar um mundo melhor apagando os erros do passado, mas como não errar mais se você não pode aprender onde foi que erramos?
A Regra é Clara: aqueles que se esquecem da História estão condenados a repeti-la.
Fonte: Reddit.